sábado, 19 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães cresce e aparece em novo disco

Por Mariane Morisawa

Em pouco mais de um ano, a adolescente Mallu Magalhães passou do anonimato de seu quarto, onde compunha suas canções de levada folk, para o sucesso na internet e daí para os programas de televisão, rádios, jornais e revistas. Sua música ficou cercada daquelas opiniões do tipo ame-a ou deixe-a. Depois, sua figura ficou cercada de polêmica, ao assumir o namoro com Marcelo Camelo – ela tem 17, ele tem 31.

Camelo, vocalista do Los Hermanos e queridinho das cantoras brasileiras, é influência e inspiração evidente no segundo disco de Mallu Magalhães, batizado simplesmente com o nome da cantora e compositora. Uma das dedicatórias do álbum é a Marcelo, “aquele que faz bater meu coração”. “Versinho de um número um” poderia estar num CD do Los Hermanos.

Em “Te acho tão bonito”, ela canta: “Quando eu conto d’um sujeito / Cê logo encolhe o peito/ Supondo uma intenção / Acha qu’eu queria ter / Um homem de tevê / Que veste a perfeição / Se pedir eu ainda grito / Até d’olhos fechados / Eu... te acho o mais bonito!”.

As letras continuam singelas, doces e ingênuas. Mas as sonoridades se ampliaram, indo até ao reggae, em “Shine yellow”, e à valsa (“É você que tem”) e passando por influências dos Beatles (“Bee on the grass”). Mallu cresceu musicalmente. E isso não tem como negar.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

"Não vejo razão para esconder meu namoro"

Aos 17 anos, a cantora lança seu segundo CD, Mallu Magalhães - disco com diversidade rítmica e letras confessionais dirigidas ao cantor Marcelo Camelo, com quem a artista vive um namoro alvo de polêmica, pela diferença de idade (ele tem 31 anos)

JOÃO WAINER
"Comecei a ter mais facilidade de compor em português", diz Mallu

Concorda que há uma evolução em relação ao seu primeiro CD, de 2008?
Sim. Este disco é um segundo passo, uma obra complementar. A gente cresce e amadurece. Começa a sentir as coisas de forma mais intensa e a falar mais das coisas do coração.

A propósito, as letras confessionais são dirigidas a Marcelo Camelo?
Minhas letras são diretas, transparentes. Escrevo sobre a realidade. E esse sentimento é a minha realidade. Quando eu quero dizer algo a ele, eu digo. Então fica bastante claro que as letras são dirigidas a ele. Não vejo razão para esconder uma coisa que é tão verdadeira, bonita e intensa.

Por que passou a compor em português, e não somente em inglês?
Comecei a ter mais facilidade de compor em português. É ótimo ter essa diversidade. Mas não houve uma intenção premeditada.

Seu primeiro disco foi editado de forma totalmente independente. Qual a razão de lançar o segundo com distribuição da gravadora Sony Music?
A proposta da Sony me dá a liberdade de ser quem eu sou - característica básica do mercado independente - e, ao mesmo tempo, me dá base mais segura. O ramo independente ainda não está completamente estruturado. A distribuição ainda é precária. Encaro como um crescimento, embora, de certa forma, eu não tenha objetivo de vender disco. A venda de CDs não é minha principal fonte de renda. O disco é uma ferramenta através da qual eu posso desencadear ações na mídia, novas turnês. M.F.


Fonte: ISTOÉ Gente

Mallu Magalhães - Mallu Magalhães


de olho em você (divulgação)

Um ano e 10 centímetros depois Mallu Magalhães está de volta. Após um ano de surgimento na música, a garota que, dormiu com algumas músicas no myspace e acordou escoltada por um contrato com empresa de telefonia móvel, reaparece com 17 anos completos e mais alta 10 centímetros. Mallu lança seu segundo álbum, novamente homônimo, e mostra que o crescimento não foi só físico, mas especialmente nas referências, mais variadas e bem canalizadas.

Com a maioria ainda em inglês, dessa vez são 6 composições em português, 4 a mais que no álbum anterior. O som continua ancorado no folk do primeiro trabalho, mas dessa vez com aventuras por vários estilos, como reggae em “Shine Yellow”, tropicália em “Versinho de Número Um” e “Compromisso”, um pouco de psicodelia em “Bee On The Grass” e baladas introspectivas como “Te Acho Tão Bonito” e “É Você Que Tem”.

Não há canções de apelo imediato como “J1” e “Tchubaruba”, que alavancaram o início da carreira da cantora, mas o conjunto do disco melhora e se torna mais consistente a cada audição. É fato que ainda há o que amadurecer no som da jovem artista, mas é inegável que o que ela já fez até os 17 anos é muito mais do que 90% do primeiro escalão do pop rock nacional vem produzindo nos últimos 10 anos, pelo menos.






Texto publicado dia 13 de dezembro de 2009 no jornal Folha da Região, de Araçatuba/SP

Fonte: A Ilha dos Mendigos

Mallu Magalhães: entre a maturidade e o pop


Mallu Magalhães: entre a maturidade e o pop

Mallu Magalhães
em “Mallu Magalhães” (2009)

“Don´t Believe the hype”. Lembram dessa frase? Pois para Mallu Magalhães, durante um certo período, ela fez efeito. Agora, 2 anos depois de sua estréia meteórica em palcos e bytes de todo Brasil, ela está de volta com um disco mais coeso, consistente e, claro, muito mais madura.

O crescimento não foi apenas na altura – sim, ela cresceu 10cm nesse período. Suas novas músicas conseguem manter um pouco do seu frescor juvenil, mas ampliam as bases para outras frentes musicais. Não há somente doçura na voz da garota. Ela já consegue impor sua voz sobre os timbres que sua banda executa com cuidados de cirurgião plástico. No entanto, ainda dá para perceber que Mallu falha em alguns momentos, tentando cantar de uma maneira que ainda não lhe é possível, ou simplesmente “adocicando” demais a voz.

Os grandes momentos ficam por conta da música de abertura, “My Home is My Man”, mais densa e forte, assim como ela mostra na forma de cantar. Dá para lembrar, de alguma forma, um pouco de PJ Harvey em uma versão mais juvenil. Em “Shine Yellow”, Mallu explora caminhos alternativos, apostando no reggae com pitadas tropicais. Até acerta. Já “Soul Mate”, “Ricardo” e “Bee On The Grass” emulam o som do primeiro trabalho da cantora, só que com uma banda mais afiada. O amado Marcelo Camelo está presente não em corpo, mas em espírito, na calminha “Te Acho Tão Bonito”, uma canção de apelo pop, mas com uma melancolia a lá Los Hermanos. “Make It Easy” é a música mais cantarolável do disco, daquelas que se sai batendo o pé no chão e assobiando sem vergonha.

O disco ainda traz outras boas canções, porém o mais importante é a fase que a cantora parece estar prestes a entrar: com maturidade musical, bons músicos em sua banda e ótimas referências costuradas, Mallu Magalhães segue por um caminho pop com toques de alternativa.


Fonte: Café com Pop

Mallu Magalhães indica cinco bandas que todo jovem deve escutar

A cantora participou do iG Canja e falou sobre o seu segundo CD, que acabou de lançar

Caio Henrique Caprioli

A cantora Mallu Magalhões participou ontem do iG Canja, onde apresentou as músicas do seu segundo CD. Amadurecida, ela falou sobre o seu novo disco e cantou algumas músicas. Durante a apresentação, comentou sobre o Twitter, dizendo que criou a conta há dois meses e postou poucas frases - e aproveitou para alertar que existem alguns "fakes" dela na rede de microblogs.

O iG Jovem aproveitou para pedir para ela indicar cinco bandas que ela acha que a gente deveria ouvir. Sabe o que ela falou? "The Beatles, Bell and Sebastian, Johnny Cash, Mutantes, Los Hermanos e, claro, Vanguart".


Fonte: Os Cuecas - Ig Jovem

Esfrie a Cuca: Mallu Magalhães chega mais madura ao 2º CD

Paulistana de 17 anos, ex-fenômeno da internet, fala sobre novo trabalho


Por Marcos Paulino, do EPTV.com, 16/12/2009 - 09:58


Mallu Magalhães não gosta de planos. "Vou levando a vida", diz. É assim, meio despretensiosamente, que a paulistana, de apenas 17 anos, chega ao seu segundo disco. A exemplo do CD de estreia, antecedido por uma enorme repercussão de suas músicas na internet, este também tem como título apenas o nome da garota, cuja história já é bem conhecida: tinha 15 anos quando lançou quatro canções na internet, entre elas "Tchubaruba", que fizeram enorme sucesso, até que ela foi contratada por uma grande gravadora etc. e tal.

Hoje, após expandir seu trabalho para além da internet, Mallu parece mais madura. Principalmente se comparada à maioria das meninas de sua idade. Essa nova fase está refletida nas 13 faixas do novo disco, sete em português e seis em inglês. A produção ficou por conta de Kassin (leia-se Caetano Veloso, Los Hermanos, Vanessa da Mata...). Marcelo Camelo e a banda paulistana Jennifer Lo-Fi também fazem suas participações no álbum, que deve cair no gosto dos fãs.

Sobre ele, Mallu deu a entrevista a seguir.

Por que seu segundo disco, como o primeiro, chama-se apenas "Mallu Magalhães"?
Porque não tenho capacidade de inventar um nome (Risos). Não consegui mesmo achar um nome. Pensei em colocar "Mallu Volume 2", como o Chico (Buarque) fazia, mas aí teria que ser "Maria Luíza Magalhães Volume 2" (Risos).

Depois de um ano do lançamento do CD de estreia, você evidentemente amadureceu. Isso se reflete neste novo trabalho?
Aconteceu muita coisa neste ano. A gente vai vivendo e quanta coisa não aprende, não passa, né? A gente melhora ou piora, são novas experiências, aflições, angústias, preocupações. É uma nova leva de valores que tem reflexo no disco. Tem também as influências. Pesquisei muito sobre o Chico Buarque, Nara Leão, por quem fiquei apaixonadíssima. Também amo Vinícius (de Moraes), Tom (Jobim). Tudo isso forma uma mistura, e fica um pouco diferente, mas continuo a mesma.

Como foi ter o Kassin na produção do disco?
Sempre fui muito fã do Kassin. Vi nele a possibilidade de alguém para cuidar dos dois lados do CD, um das faixas em português e outro das músicas mais voltadas ao folk, ao rock. Nos demos muito bem, foi muito legal.

Quando você lançou o primeiro CD, disse que as letras surgiam para você em português ou inglês naturalmente. Continua assim?
Continua, o processo é o mesmo. Teve uma canção que comecei a escrever em inglês, aí meu pai me disse para fazer em português. Relutei, mas ele insistiu e eu fiz. Ficou bom.

O disco tem várias participações especiais. Como você escolheu quem participaria?
A Jennifer Lo-Fi é uma banda muito promissora de rock progressivo e, quando conheci o trabalho deles, fiquei imaginando como poderiam interpretar uma música antiga minha, "O Herói, o Marginal", para a qual eu vinha procurando um jeito de tocar. Então os chamei, eles produziram a canção e gravamos. Tive outras participações de amigos que estavam por perto, que fizeram coro e outras coisas.

Você surgiu como um fenômeno da internet, mas acabou ganhando espaço também em outras mídias. Com isso, seu público mudou?
Sim. Fico feliz quando vejo, nos meus shows, todas as idades possíveis, desde pai com bebê e a criança que quis ir até jovens e adultos. É legal estar aberto a todas as mídias. Não é todo mundo que acessa a internet com frequência.

Você tem uma vida muito diferente da de outras garotas da sua idade?
Talvez sim. No trabalho, a gente convive com pessoas mais velhas, tem que ter profissionalismo, lidar com questões financeiras, legislação, pagamento de impostos. Você acaba conhecendo o mundo, cai na vida. Sinto bastante diferença nos valores, não frequento boate, não gosto de sair à noite, nem de bebida e cigarro. Mas São Paulo é tão grande, que encontro pessoas da minha idade com jeito de pensar semelhante.

Apesar de estar lançando um disco novo agora, você já pensa em projetos para o futuro?
Nunca fui muito de fazer planos. Não sei me programar, nem que dia é hoje, em que mês a gente está, o que aconteceu ou o que vai acontecer. Vou levando a vida. Tenho que me colocar umas regras para pelo menos programar a próxima semana. Tenho sonhos e venho tentando encaixá-los nos próximos anos. Tenho muita vontade de fazer projetos em outras áreas de expressão, como moda, artes plásticas. Sou bem curiosa, estou sempre pesquisando tudo. Na minha carreira, vou encontrar oportunidades para expressar todos os meus lados.

Como será a turnê do CD novo?
Estamos começando a receber os contratantes e temos tido bastante procura. Estamos marcando alguns shows, mas a turnê começa mesmo no ano que vem. Mas continuamos fazendo festivais, como o de Verão em Salvador, em Floripa. Quando virar o ano, começamos a colocar em prática a agenda de casas de shows e teatros.


Fonte: EPTV.com

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães no exterior.

Por Lucas Lopes Moreira

Grace Bastidas, do Latinas, compara Mallu Magalhães à Selena Gomez. Ele conta como tudo começou (aquela velha história que já sabemos) e comenta sobre seu segundo disco.

"A adolescente lançou seu segundo album, auto-intitulado, com faixas em Inglês e Português e influências que variam do psicodelico ("Be on The Grass") para o reggae ("Shine Yellow")."

Leia a reportagem completa aqui

Mallu Magalhães - O Retorno



Em Junho escrevi um post [ Mídias espontâneas pra povo chucro] sobre o fenômeno Mallu Magalhães. Na época houve uma mescla de enxovalho e admiração pelo lançamento de suas músicas tchubarubas e seu jeito introspectivo de falar. Mais e mais ateavam fogo na garota em função do relacionamento com Marcelo Camelo, ex-integrante dos Los Hermanos.

A questão é que minha defesa não era infantil. A menina falava uma língua linda de ser ouvida. Lembrava bem as boas e destemidas reportagens de Elis Regina - Cada qual com a sua expressão, cada qual com seu português.

O que mais diziam - e o que mais me irritava - era que ela não sabia falar e que sua música era infantil. Esse post vem pra encerrar o assunto sobre a falta de maturidade de Mallu.

Em 2009, ela lançou o seu segundo CD que não teve repercussão na mídia. O fato é natural dada a pureza poética do disco. Inspirado em Mutantes, Novos Baianos e na tropicália, com pitadas de Los Hermanos, folk e gospel o álbum é incorrigivelmente bom. Viciante, hermético e estruturado o album é apaixonante e certamente faz silênciao nesse povo chucro que continua mais preocupado com a imagem que com a essência.

Mallu Magalhães é o tipo de mente que continuará ecoando nos próximos anos.

No Link você poderá baixar o brilhante album: Mallu Magalhães.

Suas músicas também estão disponíveis no my space da cantora: www.myspace.com/mallumagalhaes

A garota veio pra ficar, ainda bem!

Fonte: Caminhos ao S(o)ul

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ex-fenômeno da internet, Mallu Magalhães chega mais madura ao segundo disco

Ex-fenômeno da internet, Mallu Magalhães chega mais madura ao segundo disco


Mallu Magalhães não gosta de planos. “Vou levando a vida”, diz. É assim, meio despretensiosamente, que a paulis-tana, de apenas 17 anos, chega ao seu segundo disco. A exemplo do CD de estreia, antecedido por uma enorme repercussão de suas músicas na internet, este também tem como título apenas o nome da garota, cuja história já é bem conhecida: tinha 15 anos quando lançou quatro canções na internet, entre elas “Tchubaruba”, que fizeram enorme sucesso, até que ela foi contratada por uma grande gravadora etc. e tal.

Hoje, após expandir seu trabalho para além da internet, Mallu parece mais madura. Principalmente se comparada à maioria das meninas de sua idade. Essa nova fase está refletida nas 13 faixas do novo disco, sete em português e seis em inglês. A produção ficou por conta de Kassin (leia-se Caetano Veloso, Los Hermanos, Vanessa da Mata…). Marcelo Camelo e a banda paulistana Jennifer Lo-Fi também fazem suas participações no álbum, que deve cair no gosto dos fãs.

Sobre ele, Mallu deu a entrevista a seguir ao PLUG.

Por que seu segundo disco, como o primeiro, chama-se apenas “Mallu Magalhães”?
Porque não tenho capacidade de inventar um nome (Risos). Não consegui mesmo achar um nome. Pensei em colocar “Mallu Volume 2″, como o Chico (Buarque) fazia, mas aí teria que ser “Maria Luíza Magalhães Volume 2″ (Risos).

Depois de um ano do lançamento do CD de estreia, você evidentemente amadureceu. Isso se reflete neste novo trabalho?
Aconteceu muita coisa neste ano. A gente vai vivendo e quanta coisa não aprende, não passa, né? A gente melhora ou piora, são novas experiências, aflições, angústias, preocupações. É uma nova leva de valores que tem reflexo no disco. Tem também as influências. Pesquisei muito sobre o Chico Buarque, Nara Leão, por quem fiquei apaixonadíssima. Também amo Vinícius (de Moraes), Tom (Jobim). Tudo isso forma uma mistura, e fica um pouco diferente, mas continuo a mesma.

Como foi ter o Kassin na produção do disco?
Sempre fui muito fã do Kassin. Vi nele a possibilidade de alguém para cuidar dos dois lados do CD, um das faixas em português e outro das músicas mais voltadas ao folk, ao rock. Nos demos muito bem, foi muito legal.

Quando você lançou o primeiro CD, disse em entrevista ao PLUG que as letras surgiam para você em português ou inglês naturalmente. Continua assim?
Continua, o processo é o mesmo. Teve uma canção que comecei a escrever em inglês, aí meu pai me disse para fazer em português. Relutei, mas ele insistiu e eu fiz. Ficou bom.

O disco tem várias participações especiais. Como você escolheu quem participaria?
A Jennifer Lo-Fi é uma banda muito promissora de rock progressivo e, quando conheci o trabalho deles, fiquei imaginando como poderiam interpretar uma música antiga minha, “O Herói, o Marginal”, para a qual eu vinha procurando um jeito de tocar. Então os chamei, eles produziram a canção e gravamos. Tive outras participações de amigos que estavam por perto, que fizeram coro e outras coisas.

Você surgiu como um fenômeno da internet, mas acabou ganhando espaço também em outras mídias. Com isso, seu público mudou?
Sim. Fico feliz quando vejo, nos meus shows, todas as idades possíveis, desde pai com bebê e a criança que quis ir até jovens e adultos. É legal estar aberto a todas as mídias. Não é todo mundo que acessa a internet com frequência.

Você tem uma vida muito diferente da de outras garotas da sua idade?
Talvez sim. No trabalho, a gente convive com pessoas mais velhas, tem que ter profissionalismo, lidar com questões financeiras, legislação, pagamento de impostos. Você acaba conhecendo o mundo, cai na vida. Sinto bastante diferença nos valores, não frequento boate, não gosto de sair à noite, nem de bebida e cigarro. Mas São Paulo é tão grande, que encontro pessoas da minha idade com jeito de pensar semelhante.

Apesar de estar lançando um disco novo agora, você já pensa em projetos para o futuro?
Nunca fui muito de fazer planos. Não sei me programar, nem que dia é hoje, em que mês a gente está, o que aconteceu ou o que vai acontecer. Vou levando a vida. Tenho que me colocar umas regras para pelo menos programar a próxima semana. Tenho sonhos e venho tentando encaixá-los nos próximos anos. Tenho muita vontade de fazer projetos em outras áreas de expressão, como moda, artes plásticas. Sou bem curiosa, estou sempre pesquisando tudo. Na minha carreira, vou encontrar oportunidades para expressar todos os meus lados.

Como será a turnê do CD novo?
Estamos começando a receber os contratantes e temos tido bastante procura. Estamos marcando alguns shows, mas a turnê começa mesmo no ano que vem. Mas continuamos fazendo festivais, como o de Verão em Salvador, em Floripa. Quando virar o ano, começamos a colocar em prática a agenda de casas de shows e teatros.

Via Mundo Plug


Fonte: Vida Universitária

Aprovada no teste do segundo disco

Mallu Magalhães canta mais em português e mostra evolução em CD produzido por Kassin. Repertório mistura reggae, folk, blues e até faixa psicodélica, à moda dos Beatles

Mallu Magalhães tem apenas 17 anos. Mas já não parece uma menina. Seu segundo CD, Mallu Magalhães, é uma bela resposta aos que a consideravam um fenômeno passageiro da internet, pela qual foi projetada no início de 2008. Produzido por Kassin, que executa a função que no primeiro disco da artista coube a Mario Caldato, o álbum mostra grande evolução no som da cantora. Para começar, o leque rítmico está mais aberto. Em vez de remoer somente o folk cultivado por seu ídolo Bob Dylan, Mallu canta blues, reggae, rock e baladas. Mas a maior surpresa é Bee on the Grass, faixa de clima psicodélico que remete à fase mais lisérgica da obra dos Beatles. Outra novidade - já anunciada desde a gravação do disco - é que Mallu está cantando mais em português. Nada menos do que seis faixas foram criadas no idioma de Camões. Um feito e tanto se levado em conta que o disco de estréia da cantora foi quase inteiramente composto em inglês. Mallu Magalhães, o CD, tem distribuição da Sony Music - decisão tomada pela artista (quando o disco já estava pronto) para suprir o problema da distribuição, o calcanhar de aquiles do mercado fonográfico indie.


Fonte: Saraiva

domingo, 13 de dezembro de 2009

Garota Bossa Nova

Aos 17 anos, a cantora Mallu Magalhães se diz "torta" em relação à sua geração e busca referências no passado

Natália Rangel

A cantora e compositora paulista Mallu Magalhães despontou como um fenômeno musical na internet. Ela tinha 15 anos, só cantava em inglês, tocava violão, gaita e banjo, criara cada música de seu repertório e emplacou diversos hits que já revelavam forte inspiração no rock e no folk americano. Isso em 2007. Agora, bancada por uma grande gravadora, ela está de volta com um novo álbum que leva o seu nome.

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BONEQUINHA DE LUXO Fã da atriz Audrey Hepburn, Mallu (na foto) veste-se como ela

O trabalho é bastante autobiográfico e está repleto de referências à década de 1960, a começar pela capa e pelo encarte que exibem Mallu em trajes que homenageiam a atriz Audrey Hepburn (de quem é fã), uma entre a miríade de interesses retrôs que a instigam. Mallu cresceu alheia a todos os grandes fenômenos adolescentes da atualidade que contagiam a sua geração, de “Harry Potter” a “Crepúsculo” nada lhe interessa e mal sabe os nomes de seus protagonistas. “Sempre fui assim, meio torta em relação aos meus semelhantes. O meu universo de interesses se desdobra em outros temas”, diz ela, que se define como uma pessoa curiosa e pesquisadora: “As coisas atuais não são tão apetitosas. Sou esfomeada por assuntos de outras épocas.”

Foi de sua “fome” que nasceu a grande novidade do seu atual repertório: o samba, a valsa e a batida da bossa nova: “Eu gostaria de fazer um show só com essas músicas. Nesse disco essa minha ideia começa a aparecer um pouquinho.” A musa inspiradora de Mallu é Nara Leão. “Ouvi aquela criaturinha, aquela mulher de voz de passarinho e coração d’apaixonada e, claro, caí d’amores pela musa. Já era fã de Vinicius de Moraes. Aprofundei” (Mallu fala assim mesmo, usando contrações). Essa paixão recente pela bossa nova ecoa na letra da quarta faixa do disco: “Fiz esse versinho pra dizer/Por mais que vasta a rima for/Não cabe ao verso o meu amor.” Mas persistem os folks, sons psicodélicos e o rock rascante à maneira de Bob Dylan.

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Ela se mostra mais sofisticada e com maior desenvoltura vocal, mesmo que ainda acanhada em uma ou outra faixa: “Com o tempo, quero conseguir unir tudo: a bossa, o samba, o folk, o rock, e cuspir música.” Seu outro esforço é harmonizar incômodos da meninice numa pessoa que tem corpo e responsabilidades de mulher adulta. Menor de idade (17 anos), está sempre às voltas com procurações e autorizações para poder viajar sem os pais. Mallu diz que cresceu 11 centímetros em apenas um ano. “Estou até meio corcundinha”, afirma ela, ainda desajeitada com o seu novo 1,70 m de altura (“um e setenta e meio”, frisa).


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Fonte: ISTOÉ

Fenômeno musical rejeita estrelato

12 de dezembro de 2009

Aos 17 anos e se dizendo tímida Mallu Magalhães chega ao segundo CD e diz que se estilo "mistura um pouco de tudo"

Ricardo Anísio
repórter

Imagine uma jovem de 16 anos que de repente vê seu CD estourar pela internet e receber tratamento de fenômeno? A primeira coisa que nos vem à mente é que essa jovem possa acusar o peso da responsabilidade. E Mallu Magalhães confessa que não lidou bem com a meteórica ascensão a pop-star. "Aconteceram mudanças em minha vida, minha rotina foi alterada e tive até problema na escola, com meus estudos ficando confusos", disse em entrevista concedida ao jornal A União.

"O convívio social mudou bastante e me confundiu um pouco a cabeça", acrescenta a jovem estrela que é uma grata revelação da música pop com fortes influências do folk de Bob Dylan e outros mestres. "O Dylan é sim uma referência minha e com certeza eu me influencio quando vou compor, mas também gosto de Beatles, de Beach Boys e de música brasileira".

Digo a Mallu que meu disco preferido de Dylan é "Another Sife Of.." e ela vibra ao telefone. "Poxa! Esse também é meu disco de cabeceira dentre os do Bob e acho fantástico. Que bom que você curte esse disco e a obra de Bob Dylan". Lembro a garota que a canção que mais me marca na obra do bardo americano é "Chimes Of Freedom" com o que ela concorda pelo fato da letra ser uma coisa fabulosa, poesia pura.

"Eu me preocupo muito com a coisa das letras, porque não quero fazer música sem deixar uma mensagem, um recado a quem escutar meu disco", acrescenta a jovem estrela pop. "A questão emocional mexeu sim comigo, porque a exposição é grande e eu sou meio bichinho do mato". Questiono como ela pode encarar tanta aparição na mídia sendo introspectiva e ela de pronto diz que "faço uma força grande para não demonstrar, mas me sinto acuada, não gosto mesmo de estar sob os holofotes".

A maioria dos artistas nega que as críticas negativas lhe incomodem, mas a Mallu Magalhães não se faz de rogada. "A crítica negativa me dói muito. Não consigo ficar sossegada e sempre isso me afeta muito". Mesmo assim ela diz que "o jeito é tentar tirar proveito e ver o que realmente eu posso mudar para melhor em minha música".

Além da folk-music as influências de Mallu são realmente compostas de extremos. "Ouvi tudo do Tropicalismo e depois da Bossa Nova até chegar a obra do Chico Buarque e ao Dorival Caymmi. Na verdade eu me afeiçôo pelas músicas sem ter um sistema pré-estabelecido. Talvez isso seja reflexo do fato de tudo me ter pego como um furacão, eu não me preparei para viver essa fase se superexposição. Quem sabe com o tempo...".

Mallu não gosta de eleger as músicas que mais gosta em seus discos. "Quando decido gravar é porque elas me agradam, passaram pelo crivo", diz. Mas depois de alguma insistência ela cita "Compromisso" e "Bee On The Grass", algo assim como "Abelhas na Grama". E ela mesma diz que "os temas de minha música são bem casuais. Às vezes estou de bobeira e algo que eu vejo; um pássaro, uma formiga, de repente podem me levar a compor sobre isso".

Sobre fazer show em João Pessoa Mallu Magalhães desconversa. "Ainda não sei. Essas questões de produção e de turnês eu realmente não me ligo nisso. Mas eu gostaria muito de poder cantar em todas as cidades brasileiras, pelo menos nas capitais".

Malu fica feliz quando digo que meu disco preferido de Bob Dylan é o discutível "Another Side Of...", e brinca dizendo que "até que enfim alguém pensa como eu". Ela acha esse álbum de Dylan "fantástico e tem coisas belas que não figuram entre os seus clássicos". É verdade. Lá está "Chimes Of Freedom", uma das coisas mais belas que a canção popular já recebeu para suas fileiras.

Saiba mais

Influências de Malu Magalhães? "São muitas. Gosto de Rita Lee, Neil Young, Lou Reed, Dylan, Chico Buarque...Na verdade eu gosto de ouvir boa musica, sem importar de que país e nem de que geração". Isso fica claro nesse novo CD onde MM alterna momentos de reggae e outros de folk, isso com a pitada certeira de uma personalidade meio largadona, como se cantar fosse a coisa mais simples do mundo.

MM confessa que "detesta dar entrevistas" e que é tímida. "Olha, você não sabe como eu sofro quando tenho de ir a um programa de TV, fico toda sem jeito. Gosto é de cantar, mas essa coisa de superstar me assusta, não sei se queria ser uma estrela. Prefiro passar meio desapercebida (risos)". Dizer que a carreira de Malu Magalhães foi um acidente seria maldade, porque a jovem compositora e interprete tem sim muito talento, independente de que tipo de música você prefira.



Fonte: Jornal A União

sábado, 12 de dezembro de 2009

Entrevista: Mallu Magalhães

Mallu mulher. Sim, hoje com 18 anos de idade, a cantora Mallu Magalhães já não é aquela adolescente que virou febre pela Internet, com seu primeiro sucesso Tchubaruba.

Madura, ela buscou novas sonoridades em seu segundo CD, recém lançado no país inteiro. Folk, rock, Mpb e até Reggae. Estão todos os gênero lá, com a adição de novas letras em português, que aos poucos ganham cada vez mais espaço no repertório de Mallu.

Aproveitando o lançamento deste novo álbum, o Vaga-lume conversou com Mallu Magalhães, que contou detalhes sobre o novo material, o impacto de seu namoro no trabalho, relacionamento com os pais e até o improvável: ela escuta forró!

Confira a íntegra desse bate papo a seguir.

Mallu, você lança um novo disco pouco mais de 1 ano depois de seu primeiro álbum oficial. Você já sentia essa urgência em lançar um novo material ou foi algo que aconteceu naturalmente?
Uma certa mistura dos dois. É uma urgência, uma ansiedade que vem naturalmente.
Afinal, componho muito e sinto que é difícil recuperar a sensação, a atmosfera do compor, mais uma vez para gravar.


Aos poucos você começa a mudar o perfil de suas composições, com mais letras em português. Isso aconteceu devido às influências musicais mais recentes ou você tem sentido mais vontade de escrever em português mesmo?
Acho que tanto as influências quanto minha própria libertação interior são fatores que me fazem, inconscientemente, escrever em português.

Agora com uma banda ao seu lado, sua forma de compor mudou muito ou continua a mesma coisa de quando você começou?
Continua a mesma, pois não tenho o costume de compor durante ensaios e tal... e meu compor é muio pessoal, sinto dificuldade em imprimir minha sinceridade ao lado de outro alguém.
Existem, porém, parcerias com meu guitarrista Kadu, mas não ainda no álbum.


"Shine Yellow" destoa um pouco de todas suas canções. A experiência de escrever um reggae é muito diferente de suas outras composições?
Não. Como venho explicando, meu movimento de escrever é tão livre e natural que não controlo o idioma ou o ritmo.


"Make It Easy" é uma canção que descreve a relação de uma filha e uma mãe. Partindo disso, o relacionamento com seus pais mudou bastante depois de dois álbuns lançados, turnês e a perspectiva de toda uma carreira musical pela frente?
Sim. Tenho a impressão de que eu mesma amadureci pessoal e emocionalmente. Tenho, agora, uma percepção mais calma de vários fatores e acontecimentos que me cercam. No caso desta relação, percebi que, por conseguir me posicionar no lugar de mãe, aquilo que sempre julguei autoridade, moralismo ou conservadorismo era, em sua essência, amor e, por ser amor, medo e cuidado.Isso me ajudou muito a ter uma relação mais tranquila.


Qual o impacto do seu namoro em suas composições? Você fica mais cuidadosa com o que escreve ou isso flui naturalmente?
Eventualmente releio o que escrevi e corto versos, frases ou palavras. Ao mesmo tempo, tenho de ficar atenta para não apagar o que escrevi de mais valioso e sincero.

Se você tivesse que escolher uma música para apresentar seu novo álbum a um amigo, qual seria a escolhida? Por que?
Depende do amigo! Não consigo ver uma só canção que resuma ou apresente a obra toda.
Acho que a mistura das composições que revelam o que quero dizer.


No início de sua carreira, suas influências eram Bob Dylan, The Beatles e Belle and Sebastian. Quem entrou nessa lista, que há três anos você sequer ou pouco ouvia?
O Chico Buarque, o Caetano Veloso, a Nara Leão, a Maria Bethânia... Os Mutantes, Toots and the Maytals, Lee Dorsey.... e por aí vai.

Conte pra gente: Quais são seus outros gostos não relacionados à música?
Puxa! Tenho tantos!
Além de artes plásticas, poesia e costura. Faço muita jardinagem!


E nos fones da Mallu, tem alguma música ou artista que ela tenha vergonha de dizer que escuta?
Vergonha? Puxa... não tenho vergonha mas, acho que o que escuto de mais inesperado é Falamansa.

Mande um recado para os seus fãs no Vaga-lume.
Um abraço apertado para os queridos fãs no Vaga-lume!



Fonte: Vagalume

Um novo passo para Mallu Magalhães

Em seu segundo disco, a cantora, de 17 anos, esbanja talento e criatividade. Fora isso, basta meia hora de papo com a artista para se encantar pelas suas ideias e temperamento

Por Cristiano Luiz Freitas

À primeira vista, os “malas” de plantão sentenciaram: “essa menina é uma farsa, uma bobinha, apenas mais uma ‘gracinha teen’ em busca dos 15 minutos de fama”. Remando contra a maré, Mallu Magalhães, 17 anos, superou as críticas, ergueu a cabeça – sem perder a humildade, é claro – e surpreende com o segundo disco de carreira.

Para começo de conversa, Mallu estreia agora em uma grande gravadora (Sony Music). Detalhe: fez o álbum como quis e sem sofrer qualquer interferência. “A primeira música de trabalho? Então, vamos para Florianópolis no fim de semana (dia 5) para gravar o videoclipe de ‘Shine Yellow’. De repente, essa pode ser a canção”, fala a artista, em entrevista exclusiva à Gazetinha.


Planos – como deu para perceber – não são o forte de Mallu. Depois de fazer da internet o seu ponto de partida, evidenciando que a indústria da música precisa de uma boa reciclagem, a cantora chama a atenção pelo misto de maturidade e ingenuidade. Ou melhor: transparência é sinônimo de Mallu. “Tô no momento de um segundo passo, mais corajoso, calmo”, emenda.

De fato, em quase dois anos, a rotina da garota paulistana passou por uma transformação absurda. Febre na net, as canções de Mallu conquistaram fãs por todo país, ela bateu recordes de acesso no MySpace, ganhou espaço na MTV e em outras emissoras de tevê.

Com tudo isso, veio um preço alto também. “A confusão emocional é a parte mais complicada. Você vive em vários mundos ao mesmo tempo. Me machuquei muito, aprendi com os erros e me aproximei ainda mais da família”, avalia.

Apaixonada por Doritos, jardinagem e por confeccionar os seus próprios vestidos, Mallu lida bem com situações típicas da adolescência. A idade, por exemplo, trouxe alguns centímetros a mais, que exigiram uma reforma geral no guarda-roupa.

Ao contrário da maioria dos garotos e garotas, prefere ficar em casa criando os seus próprios cadernos a gastar muitas horas batendo pernas no shopping. “O jovem tá muito desvalorizado, tudo isso por culpa dele mesmo em parte. Às vezes, eu penso: gente, que cara tem a minha geração, dos anos 2000? Não temos personalidade?”, reitera.

Paralelamente aos compromissos profissionais, Mallu termina o 2.º ano do ensino médio. Craque em História da Arte, Língua Portuguesa e Literatura, a cantora também se dedica a cursos livres. Fez um de jornalismo e moda, que rendeu uma conclusão interessante: “Gostei, mas não quero ser jornalista. Tem muitos limites no trabalho”, avisa a menina, que ama escrever crônicas.



Divulgação / “Curitiba é uma cidade muito legal e não acho as pessoas nada frias, isso é lenda. Na última vez que eu estive aí (Lupaluna), fiquei em um hotel bem na frente da Biblioteca Pública. Passei horas vendo pela janela as pessoas lendo, escolhendo os livros”, Mallu Magalhães, 17 anos, cantora “Curitiba é uma cidade muito legal e não acho as pessoas nada frias, isso é lenda. Na última vez que eu estive aí (Lupaluna), fiquei em um hotel bem na frente da Biblioteca Pública. Passei horas vendo pela janela as pessoas lendo, escolhendo os livros”, Mallu Magalhães, 17 anos, cantora



Fonte: Gazeta do Povo

"Descobri o canto da música brasileira", diz Mallu Magalhães

Cantora lança segundo disco e se diz mais segura no mundo da música

 Divulgação
De Dylan a Bethânia: Mallu Magalhães passou a compor mais em Português e a ouvir mais música brasileira desde o primeiro disco

Ela foi alçada diretamente da internet para os principais programas da televisão brasileira. Das gravações caseiras, passou a se apresentar e a ser entrevistada ao vivo perante o julgamento de milhões de brasileiros. Aos 17 anos, a paulistana Mallu Magalhães lança o seu segundo CD e diz já estar acostumada com as perguntas e críticas do público e dos jornalistas. Consagrada pelo estilo folk, em seu novo disco ela se aventura em músicas cantadas em português (parte delas), pegada roqueira que lembra o tropicalismo e até numa levada reggae. Em mudança constante, Mallu mostra que não só sua sonoridade mudou, mas também suas opiniões. Agora ela se interessa por música brasileira e trocou o trabalho de ser artista independente pela segurança de uma gravadora como a Sony. Falante, bem diferente do que parece ser na TV, ela conversou com Época São Paulo, respondeu perguntas de fãs e improvisou uma música.


O que mudou desde o lançamento do primeiro disco?

Houve uma sensação de mais experiência. Eu sei que um ano é pouco tempo, mas são tantas coisas novas que cada show, cada perrengue, cada acerto e cada tropeço sempre contam muito pra mim. Pude aprender muito nesse tempo. Dessa vez, tive um pouco mais de preparação para fazer álbum. No primeiro, a gente só chegou no estúdio e gravou - agora fizemos uma pré-produção. Eu já imaginava que o produtor ideal seria o Kassin, por ser fã de Acabou La Tequila, Kassin +2 e da obra dele como produtor. Ele teria experiência e conhecimento suficientes para poder lidar com as duas faces: a em português e a em inglês. E teria condições de conhecer todas as referências que eu tenho.

Trabalhar com ele foi como você esperava?
A gente se deu super bem, viramos amigos. Isso também é muito gratificante, encontrar alguém com quem você tem valores morais semelhantes.

Qual foi a principal diferença entre trabalhar com o Mario Caldato e com o Kassin?
O Mario pegou um disco que já estava quase pronta. A gente já tinha tocado aquele repertório em vários shows, não foi preciso muito tempo de ensaio, nem pré-produção. Ele dava as dicas, os toques. É a mesma sensação que tenho com o Kassin porque eles são muito diretos, pontuais e “matadores”. Por exemplo: tem uma canção que você sente que está quase lá, mas não consegue descobrir o que está faltando. Eles falam: “Coloca o teclado só no segundo verso”. E não é que quando você coloca o teclado no segundo verso a coisa engata?! Essa sensibilidade é capaz de polir a obra como uma coisa inteira. O Mario e o Kassim fazem muito isso. A grande diferença foi o cuidado nos arranjos. O Kassin esteve todos os dias com a gente na produção, desde a manhã até a noite, pensando cada acorde, cada nota. Por isso, ficamos mais íntimos. Ele já conhecia o Marcelo (Camelo) e acabamos ficando amigos.

Por que você colocou apenas 13 músicas no álbum?
Eu tinha outras, mas acho que se o disco fica muito longo, pode soar cansativo. Por isso, procuro encontrar as músicas mais expressivas e características, que imprimam melhor as sensações, os sentimentos e os fatores que me rodeiam naquele momento de composição. O que acontece durante a composição é que eu faço levas de músicas. De vez em quando, uma leva tem quatro muito parecidas, falando do mesmo tema, com acordes e letras semelhantes. Sempre tem uma que diz uma coisa a mais e é mais forte.

Existe algum plano de lançar essas músicas inéditas em breve?
Penso muito na questão das coisas feitas em casa. Acho que é um caminho cada vez mais apetitoso para os artistas. A internet é também um meio de se tornar profissional. Eu pretendo fazer vídeos caseiros ou tocar nos shows. Tem algumas canções gravadas que, por decisão da Sony e do meu empresário, vão ser usadas mais tarde.

 Divulgação
Turnê do disco "Mallu Magalhães" deve ter início em março de 2010

Como está a sua relação com a internet hoje?
Na verdade, sou meio lerda para essas coisas. Quando entro em uma página ou em um site, preciso de tempo para ficar lá descobrindo como é aquilo, como fazer, como botar o fundo verde e não azul, como aumentar a letra, esse tipo de coisa. Eu ando sem tempo. Apesar de ser da “geração internet” e de ter utilizado como uma grande aliada, hoje não tenho tanta intimidade como no começo da carreira. Antes eu tinha tempo, agora trabalho, estudo e tenho uma vida pessoal intensa. Mas pretendo fazer isso nessas férias. Vou aprender a mexer no Twitter e no meu site vai ter um blog.

Como e por que você começou a compor mais em português?
Composição é tentar traduzir os seus sentimentos com as suas influências. Só na nossa língua a gente já tem grandes influências, os fonemas e tal. Antes da feitura do primeiro álbum, eu tinha interesse numa outra parte da música, ouvia muito folk americano e não ouvia música brasileira. No final do primeiro álbum eu sentia dificuldade de cantar aquele rasgado. Foi então que conheci Nara Leão e me apaixonei perdidamente. Descobri em mim o lugar físico por onde eu pudesse cantar sem me machucar. Descobri o canto da música brasileira. Descobri a Nara, a Gal [Costa], a Rita [Lee], que já conhecia dos Mutantes, que foi uma das minhas principais influências nesse disco, a Cristina Buarque, a Maria Bethânia. Agora também passo dias tocando as músicas do Chico [Buarque]. Isso me influenciou bastante. Até meu conhecimento literário era bastante voltado para o movimento beatnik, as minhas referências, a minha escrita, as minhas sensações e meu jeito de ver a vida já estavam muito impressos nesses livros. Hoje, já me vejo estampada em livros do Manuel de Barros, do Vinicius [de Moraes], do Drummond [Carlos Drummond de Andrade]. São influências diferentes que fazem eu me sentir mais livre e mais apta a me expressar na minha própria língua.

”Shine Yellow” é um reggae e algumas outras músicas têm uma pegada mais roqueira. Como esses ritmos foram parar no CD?
Um dia você está vendo um vídeo do Bob Marley, no outro você está ouvindo um disco e quando você vê já sabe a biografia inteira dele. Eu já tinha muita influência do Maytals e comecei a ir atrás de outras coisas. O Mario Caldato me deu vários CD-Rs com muito soul e funk. Isso tudo é fruto de várias pesquisas e influências que aparecem.

Você gosta de alguma banda de rock atual?
A Jennifer Lo-Fi que participou do meu disco, Los Hermanos, Cidadão Instigado. Mas não ouço muito rock. Gosto da Céu, do Kassin com os projetos dele, da Orquestra Imperial.

Quando começa a nova turnê?

A gente vai parar em dezembro e janeiro e voltamos com o Festival de Verão de Salvador. A turnê deve começar em março, em São Paulo.

Como você vai adaptar todos os arranjos e participações do disco para o show?
Vai ser um show só com a banda, sem metais. Vamos fazer esses arranjos em ocasiões especiais. Não tem a mínima condição colocar tudo aquilo no palco. Infelizmente não tenho esse conhecimento e essa possibilidade. Então eu me contento com os meus roqueiros.

Alguma coisa ainda te assusta no mundo da música?
Eu não gosto de drogas. Algumas coisas deixam as pessoas agressivas e não gosto disso. Eu tenho medo de dividir o mesmo ambiente com pessoas que têm essa energia ruim. E isso não é só no mundo na música. Em qualquer profissão você tem de dividir o espaço com alguém que não gosta. Com jornalistas acontece muito isso. As pessoas querem ficar cutucando, provocando, machucando o seu coração. Tenho medo das pessoas que não sabem que eu tenho coração. Todas as vezes que me atingem, me machuca muito. Eu tenho medo de ficar tão doída a ponto de não ter coragem de me pôr a machucar de novo.

Você ainda faz trabalhos de artes visuais? Sei que você gosta de fazer cursos. Eu pego o dinheiro que ganho com shows e uso para descobrir outras áreas de expressão. Sempre gostei muito de desenhar, pintar, colar e tal. Faço ilustrações de livros de poemas sob um pseudônimo e disponibilizo na internet. Sou bastante produtiva. De julho pra cá finalizei curso de construção e ilustração de livros, jornalismo de moda e figurino cênico. Quero aproveitar as férias para fazer as oficinas de pintura e escultura dos museus. No ano que vem quero explorar mais a pintura e fazer um curso de corte e costura. Me sinto muito limitada na máquina. Apesar de conseguir fazer a modelagem, tenho dificuldade de fazer o acabamento.

Com todo esse seu lado artístico, você tem vontade de fazer tatuagem?
Tenho muita vontade. Já pensei em várias coisas, um código de barra no pulso, alguma letra de canção. Acontece que a cada hora penso uma coisa. Acho que só tatuaria alguma coisa relacionada a uma mudança muito forte ou o nome de um filho, mãe. Tenho medo de depois cansar.

Você tem algum plano para quando fizer 18 anos?
Quero fazer um cartão de crédito! Para poder pagar as passagens de avião, ter uma conta de celular, fazer comprar pela internet. Como odeio bebida, não faz nenhuma diferença poder ou não beber. Também não quero dirigir ou ter carro. Amo andar a pé, pegar ônibus, metrô.

Você é vegetariana?
Eu só comi peixe durante quase um ano. O meu estômago ficou muito fraco. Eu deixei de comer várias coisas e quando você vê, está comendo broto de feijão e bebendo suco o dia inteiro. Na estrada é difícil. Larguei por questões de saúde, mas tenho vontade de continuar.

Há um ano, em entrevista para a Época São Paulo, você disse que seus pais pareciam meio tristes por causa do seu distanciamento e que tinha vontade de sair de casa. Isso mudou?
Graças a essa entidade que paira sobre as nossas cabeças, eu pude ao longo do tempo perceber o que é realmente aquela coisa toda. Eu cresci e me sinto muito mais mulher do que eu era. Quando a gente se põe no lugar de uma mãe, consegue ver que toda a condenação e proibição é amor demais. Por isso é tão doído ver a gente longe, colocando o pé na rua, indo embora, viajando ou fazendo besteira. Isso é medo e amor. Essa foi uma percepção e um ensinamento que me ajudou muito na relação. Toda vez que eu vejo que eles se sentem descontentes com uma atitude minha ou pedem para eu não fazer uma coisa, eu realmente penso e deixo de fazer muitas coisas. Não é preciso proibir quando o filho confia no pai. Quando você sabe que seu pai está falando aquilo porque ele já viveu, você não faz.

Você fica chateada em ler comentários negativos sobre você na internet?
Eu fico chateada com a burrice do meu povo. Caramba! O que que tem a gente ser diferente? De vez em quando, tenho vontade de falar pra essas pessoas: “Vai tentar!Fique em frente das câmeras com aquelas pessoas que podem destruir a sua carreira e os seus sentimentos com uma pergunta!”. Muitas vezes, num programa de televisão, você não consegue nem ser quem você é. Isso que é o pior. Eu acho que já tomei tanto na cuca que já me acostumei. Mas sou tão feliz com a minha vida, com quem eu sou, com a pessoa que amo, com as canções que componho, de ser brasileira, de falar essa língua incrível, que isso é o de menos.

*Participaram da entrevista interativa os leitores Ana Kamila Azevedo, Cora de Alvarenga, Gabriel Vidal, Marcos Vinícius de Souza Germano, Jonas Nunes Martins, Paula Salvador e Renata Porto.


Fonte: Revista Época São Paulo


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães apresenta músicas de seu segundo disco

Altas Horas

Mallu Magalhães acaba de lançar o seu segundo álbum, intitulado simplesmente Mallu Magalhães. Neste trabalho, a cantora aparece mais madura, com uma voz mais grave e, principalmente, com muito mais referências musicais.

Sem abandonar o folk e o rock, Mallu somou ao seu estilo a valsa, na música É Você Que Tem, e o reggae, na faixa Shine Yellow. A jovem também abriu espaço no seu repertório para composições em português.

Neste sábado, Mallu Magalhães será uma das convidadas do Altas Horas. Durante o programa, a cantora falou sobre o seu segundo álbum, disse que todas as composições são suas e tocou as músicas Shine Yellow e Versinho Número Um, e ainda deu uma palinha de A Rita, de Chico Buarque.

Fonte : globo.com/altashoras

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Mallu Magalhães: "Posso me entrevistar sozinha"

Fenômeno pop lança o segundo álbum aos 17 anos.
Por Gustavo Heldt - 10/12/2009 - 11:01

Novo Hamburgo - O fenômeno pop Mallu Magalhães, revelada pela internet e conhecida por seu jeito peculiar em entrevistas, é uma garota sincera. Para lançar o seu segundo álbum, auto-intitulado, a garota de 17 anos o descreve como "um segundo passo, uma segunda tentativa". Mesmo com o ritmo acelerado de entrevistas sobre o novo trabalho, Mallu não utiliza o padrão de respostas que alguns artistas empregam diante de questionamentos da imprensa. A cada pergunta, "eu abro o coração mesmo", diz ela, que se incomoda com indagações sobre o namorado, Marcelo Camelo, e com jornalistas que não gravam a conversa e depois interpretam mal suas declarações.

O segundo disco apresenta uma Mallu mais madura até na voz. O CD contém seis canções em português e sete em inglês. No anterior, eram apenas duas em português, pois ela tinha vergonha de cantar no idioma. Em quatro faixas, Marcelo Camelo acompanha Mallu - três como backing vocal e uma como o responsável pelos assobios. Já nas lojas, o ábum é produzido por

Kassin, que trabalhou anteriormente com Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto e Los Hermanos. Confira a entrevista que ela concedeu com exclusividade ao Caderno Bah! e vamos torcer para que a moça volte a subir o quanto antes nos palcos gaúchos.


Bah! - Como está o ritmo de entrevistas, Mallu?
Mallu -
Nessa fase de lançamento, é bastante coisa. Mas acho legal dar entrevista. Já sei até as perguntas: "Como foi trabalhar com o Kassin?" e "Como é namorar o Marcelo?". Posso me entrevistar sozinha, se quiser. Quando respondo, penso e trabalho os conteúdos. Então eu gosto. Respondo sempre, sou sincera. às vezes, me desgasto com isso. Abro o coração mesmo. Tem jornalista que não grava. Eu digo uma coisa, e ele acaba entendendo outra.

Bah! - Como tu defines este novo trabalho?
Mallu -
O resumo é que este é um segundo passo, uma segunda tentativa. E muito eclético, porque podia ter uma lado A e um lado B. Me sinto mais segura e madura agora, profissional e emocionalmente. Até a minha voz mudou, e gosto mais dela.

Bah! - Tu ficas brava quando perguntam do teu namorado?
Mallu -
Sei que é curiosidade das pessoas, mas eu fico, sim. O que eu realmente falaria sobre o meu relacionamento ninguém pergunta. Tento não expor a gente dessa forma. Preciso ter cuidado com o que eu falo.

Bah! - Quais foram as influências para o álbum?
Mallu -
Minha referência principal ainda é o Bob Dylan, mas estou mais eclética. Estou ouvindo de Maytals a Chico Buarque. Escuto muito Mutantes, Caetano... Você já escutou Maytals (grupo jamaicano de reggae)? Procura no
YouTube, é muito legal.

Bah! - O que te motiva a fazer música?
Mallu -
Minha inspiração vem do "movimento do sentir". Vem das minhas relações familiares, amorosas. Dos meus desencontros. Tudo isso é motivo para fazer música.

Bah! - Como é a Mallu Magalhães na aula?
Mallu -
Falto bastante. Sempre tive dificuldade em me relacionar. Tem que ter cuidado. Então, na aula, sou meio quieta, ninguém vem falar comigo. Acho que o pessoal fica envergonhado. É ruim entrar em um lugar e ver que as pessoas já te amam ou te odeiam. Escola é uma coisa estranha.

Bah! - E faculdade, tu queres cursar?
Mallu -
Pretendo, ainda. Mas, por enquanto, faço cursos livres. Os últimos que eu fiz foram de "Ilustração e Construção de Livros" e "Jornalismo de Moda". Esse de jornalismo foi bom para descobrir que não quero ser jornalista.
Não quero tantos limites. Talvez faça um curso de crônicas. Meus textos têm muitos adjetivos.



Fonte: Bah Digital

Mallu Magalhães, “Mallu Magalhães”

Durante muito tempo, o segundo disco era o grande desafio na vida de um artista que tivesse encontrado o sucesso em sua estréia. A pressão por gravar em muito menos tempo uma sequência no mesmo nível já atrapalhou muita gente boa.

Você veja só como são as coisas nesses tempos digitais… Hoje, a pressão é mesmo pelo primeiro disco, já que muitos artistas surgem e ganham notoriedade com apenas uma música. Com a adolescente Mallu Magalhães foi assim, quando ela tornou-se um fenômeno online aos 15 anos e decepcionou num disco apenas mediano.

O caso é que muitos artistas recebem atenção de gente grande quando ainda estão em formação, e isso pode ser prejudicial. Conseguir evoluir enquanto se é vigiado pode ser complicado, ainda mais com a paciência curta de muitos para aguardarem esse processo se concluir.

Ainda com 17 anos, ainda com a voz verde, ainda se encontrando, Mallu deu um pico em seu segundo trabalho. Produzido por Kassin, a escolha do nome mais simples possível, “Mallu Magalhães”, geralmente utilizado num primeiro disco, parece sinalizar exatamente a intenção de marcar esse como um o verdadeiro início, como quem diz “esse sim é meu primeiro disco, não um punhado de canções”.

Boas letras, excelentes arranjos, banda afiada e a chance de ver uma artista crescendo e se formando na sua frente. Bela surpresa para os apressados — como este escriba — que já haviam descartado a moça.


Por Bruno Natal às 16:55
Fonte

Ela cresceu!

Que coisa mais linda esse novo disco da Mallu Magalhães: a sua voz (mesmo em algumas vezes com problemas de dicção semelhantes ao de Marcelo Camelo) está mais madura e segura; os arranjos estão mais elaborados; as letras mais interessantes; os ritmos mais variados (ainda existem o rockabillie, folk e country; mas também agora tem mpb, reggae e pop) - tudo isso numa boa produção de Kassim.

Compromisso é um exemplo da nova sonoridade buscada por Mallu, numa levada um tanto a la Los Hermanos (obs.: Marcelo Camelo participa de algumas faixas). Make it easy tem uma levada grudenta, que é impossível não cantarolar junto; já My home is my man, a faixa que abre o disco, demonstra um lado mais pesado de sua música.

Mas o grande destaque é Te acho tão bonito (também conhecida anteriormente como Cigarro): uma letra e melodia fofas, em que dá pra imaginar a situação dela sentada no colo do seu namorado, ele tragando seu cigarro e ela o admirando. Simples e bonito.

Mallu cresceu e chutou, definitivamente, o fantasma do segundo disco.

Mallu Magalhães, Mallu Magalhães - 10/10

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sobre Lobos e Camelos

Por Marcos, Floripa às 17h28


Atendendo a pedidos da salivante alcatéia de velhos lobos da blogsfera, vai a foto dos bastidores do clipe de Shine Yellow, que a cantora Mallu Magalhães gravou em Floripa na última segunda-feira, no Costão do Santinho. Mas o fator gerador de tamanha curiosidade (que se converteu em apelos de amigos blogueiros da Paulicéia) é sobre a transição física da precoce artista, hoje com 17 anos e não mais que dois anos de uma barulhenta e sempre bem
acompanhada carreira.

Não rola uma galeria de fotos dela?", sugeriu um colega de São Paulo ao jornalista Fábio Bianchini, que acompanhou parte da gravação à beira da piscina. E aí vai, para delírio dos salivantes lupinos e porque não dos artiodáctilos? Sei lá, como não tenho olhos de camelo eu prefiro esperar os 20 aninhos para tecer algum comentário. Até lá, fico com a cantora que me encanta.
A propósito, o segundo disco da menina pede uma atenção especial. Ela dobrou incluisve o reticente Renê Muller, do Blog Tra-la-lá.

Susi Padilha


Créditos: Paula

Só dá Mallu

Por Renê Müller, Florianópolis às 09h26


Só deu a menina nas últimas edições do DC e na Zero Hora. Mas não tinha como não ser desse jeito. Mallu Magalhães está lançando o seu segundo CD - que também tem como título apenas o seu nome - pela Sony, tocou embaixo da árvore da Beira-Mar Norte no sábado, e gravou vídeo no Costão do Santinho segunda-feira.

Confesso que a primeira escutada em Mallu Magalhães foi um pouco decepcionante. No entanto, o CD é um daqueles que vão melhorando aos poucos. Tem bastante coisa bonitinha como a estréia do ano passado, mas há mudanças. Letras em português - algumas delas excelentes, coisa fantástica para uma menina de 17 anos -, arranjos em cordas, produção no ponto de Kassim.

A artista diz que compõe sozinha, e é aí que reside a grande questão desse CD: está longe de ser original, mas é de fantástico bom gosto, e uma preciosidade pelo fato de ser composto por uma adolescente. Sobre esse aspecto, o potencial de Mallu como artista chega a ser assombroso.

Mallu Magalhães lança segundo álbum

Eduardo Guimarães
Redação TDM


Depois do sucesso conseguido através da internet e com o lançamento do álbum de estréia, a cantora Mallu Magalhães enfrenta a prova de fogo do segundo disco. O novo álbum, que também leva como título o nome da cantora, já está disponível nas lojas brasileiras via Sony Music.

“Mallu Magalhães”, o disco, traz 13 faixas, sendo sete em português e outras seis cantadas em inglês. Um site especial foi lançado para promover o álbum e deixar os fãs informados sobre as novidades relacionadas ao novo trabalho. O endereço é www.versinhosdamallu.com.br. Neste site ainda é possível ouvir as novas músicas de Mallu.


Abaixo o repertório do novo disco:
  • 01. My Home Is My Man
  • 02. Nem Fé Nem Santo
  • 03. Shine Yellow
  • 04. Versinho de Número Um
  • 05. Make It Easy
  • 06. Compromisso
  • 07. Te Acho Tão Bonito
  • 08. Ricardo
  • 09. Bee On The Grass
  • 10. Soul Mate
  • 11. You Ain’t Gonna Loose
  • 12. E Você Que Tem
  • 13. O Herói e o Marginal

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cenário perfeito para as baladas

Tendo o mar como pano de fundo, Mallu Magalhães gravou ontem clipe de canção de seu novo disco, em Florianópolis



Por Fábio Bianchini

No show do último sábado na festa de inauguração da árvore de Natal na Beira-Mar Norte, Mallu Magalhães foi informada de que ainda tinha tempo. Como já havia tocado todas as músicas previstas, resolveu interpretar, só com o violão, É Você que Faz, balada delicada que no novo disco é acompanhada por arranjo de cordas.

A inclusão repentina da música, que quase nunca faz parte dos shows, é daqueles detalhes que nos lembra: ela ainda tem 17 anos e sua carreira mal completou o segundo. Às vezes é fácil esquecer, afinal, só em Florianópolis foi o quarto show dela.

– É difícil a gente tocar ela, porque geralmente é festival, evento maior, o pessoal quer coisa mais agitada. Mas vi que o público estava atento. O engraçado é que era uma programação eclética, então seria bem o tipo do dia para ficar de fora – diz.

Desta vez, ela aproveitou a passagem por Santa Catarina para gravar o primeiro videoclipe do novo disco, da música Shine Yellow, no Costão do Santinho, ontem pela manhã.

– A gente procurava um lugar de praia, assim meio paradisíaco mesmo, mas também com estrutura e segurança para o equipamento. O pessoal da Zepelim (produtora de vídeo) sugeriu que fosse em Florianópolis e a gente tinha o show marcado, então aproveitamos.

Apesar de definir-se como “não rígida, mas caprichosa” e gostar de dar atenção a todos os detalhes, ela diz que participou pouco da concepção do clipe, pois estava envolvida com a promoção do disco, recém-lançado. O diretor é Rodrigo Pesavento, o mesmo de Vanguart, que faz parte do primeiro disco.

– Eu falei pra eles que queria pular numa piscina de plástico e aí sair no mar, arrumaram uma piscininha sem o fundo. Eu tenho que tomar cuidado com o que eu peço, porque eles fazem mesmo, é ótimo – conta.

Ontem foi o segundo dia de tomadas de imagens, na piscina do resort. Enquanto a cantora saltava repetidas vezes na água repleta de balões junto a um fundo amarelo, na piscina ao lado uma seleção de músicas românticas embalava uma aula de hidroginástica. No domingo, na praia, ela contou com vários figurantes locais, recrutados poucas horas antes em uma festinha na Célula, o mesmo lugar do primeiro show florianopolitano de Mallu.

– Combina bem com a música, todo mundo dançando e cantando no mar. É até meio hippie – brinca.


Créditos:
Renata Porto

Quero ser grande

Mallu Magalhães lança seu segundo CD

Mallu Magalhães é a garota paulista que roubou a cena (independente) da música brasileira no ano passado. Fez sucesso via internet, virou artista requisitada para shows em diferentes partes do Brasil – o que lhe trouxe alguns contratempos na vida escolar –, lançou um CD e tornou-se namorada de um de seus ídolos, o hermano Marcelo Camelo. Agora, aos 17 anos, ela já enfrenta o desafio de apresentar um segundo disco autoral.

O novo Mallu Magalhães traz muitas novidades em relação à estreia. A discípula de Bob Dylan e Johnny Cash mostra que não pensa apenas em inglês – quase metade das 13 músicas do disco traz versos em português, e algumas (Versinho de Número Um, Te Acho Tão Bonito) remetem diretamente ao som emepebístico exercitado por Camelo no Los Hermanos ou em carreira solo. O toque folk permanece, em inglês (Ricardo) ou português (Nem Fé nem Santo), acrescido de uma investida pelo reggae (Shine Yellow, composta no ukelele durante uma viagem a Portugal). Há belas melodias (Compromisso, Bee on the Grass, O Herói, o Marginal) para letras nas quais se sobressaem as declarações de amor ao namorado (Soul Mate e É Você que Tem) – a voz ainda é de menina, mas o conteúdo do disco não deixa de sinalizar uma promissora artista.

Por telefone, Mallu falou a Zero Hora sobre sua vida entre um disco e outro. Confira trechos:

Zero Hora – Você viveu muitas transformações no ano passado e neste ano. Como isso influiu nas músicas do novo disco?

Mallu Magalhães – Você acaba vivendo mais e tendo outras influências. Eu adquiri mais tranquilidade para escrever em português. Ficava mais à vontade escrevendo em inglês, mas me libertei deste medo. É um disco muito sincero e direto, tem uma intenção de comunicar mais diretamente. Eu sou assim, direta e sincera. Agora, acho que ficou mais fácil me expressar.

ZH – Como foi trabalhar com Kassin (produtor de artistas como Vanessa da Mata, Caetano Veloso e Adriana Calcanhotto)?

Mallu – Ele acompanhou os ensaios, conseguiu polir bastante o som, foi bem complementar. E nos demos muito bem. Sempre fui fã dele, desde os tempos do Acabou la Tequila (banda de destaque no cenário independente carioca da década de 90, que contou com Kassin na formação). Ele teve muito a acrescentar, respeitando minhas características.

ZH – Como artista em início de carreira, você teve dificuldade em fazer valer suas ideias durante a produção de seus dois discos?

Mallu – Sempre fui certa do que queria, das coisas de que não gostava e das coisas de que gostava. Você chegar a um lugar novo, com pessoas novas, sendo uma menina, você tem que aprender a se posicionar. Não foi difícil, eu sempre tentei explicar bem o que queria. Dou atenção, ouço, mas não só ouço os outros, eu falo bastante, também. As canções vêm muito sinceras. Eu e Kassin nos entendemos bem. Às vezes, tenho um pouco de medo de ver se (alguma ideia) vai ficar legal, e ele ajudou muito nisso. No primeiro disco, eu estava meio que brincando, só fazendo, não tinha preocupação. Hoje, já me preocupo um pouco mais.

ZH – Você tem viajado bastante, inclusive ao Exterior? Como foi conciliar isso com a escola?

Mallu – Eu concluí agora o 2º ano (do Ensino Médio). Encontrei uma escola que sabe dos meus limites e que recebe também modelos, atores jovens, alunos que têm dificuldades para conciliar horários. Posso fazer as provas em outros dias (se a data coincide com algum show ou turnê) e fazer trabalhos para compensar ausências em algumas atividades.

ZH – Você já decidiu se vai adotar a música como uma profissão?

Mallu – Não tenho muita segurança disco. A gente passa por muitas dificuldades. Às vezes, penso em desistir. Mas olho para os fãs que se emocionam com as músicas, se sentem bem. É tão válido que lembro disso nos momentos de fraqueza. Claro que também tenho o apoio da família e das pessoas próximas, e isso é decisivo. Hoje, (a música) é uma hipótese que eu vejo com mais otimismo. Já sei da minha insegurança. Sei, por exemplo, que tenho medo de avião, mas no fim eu vou (viajar de avião). Acho que tenho, assim, talento. Fico animada vendo a sinceridade das canções e como elas atingem as pessoas. Não fico medindo isso todos os dias, pensando “é isso ou não é isso”. Eu sei é que é isso que estou fazendo, com sinceridade.

ZH – E como a convivência com Marcelo (Camelo) te influencia como artista?

Mallu – Me influencia de vários lados. Primeiro, o emocional, pela nossa relação. E sempre fui super fã dele, no Los Hermanos e na carreira solo. Mas não era fã maníaca, do tipo que dizia: “Vou namorar o Marcelo”. É legal ter ele ao lado, especialmente em horas em que eu me questiono sobre as dificuldades (de ser artista) e me pergunto: “Será que é doído assim?”. Ele me dá apoio, é alguém que tem tanto tempo de carreira. Eu pergunto sobre alguns acordes, sobre como tocar uma determinada música, e ele me ajuda. E também é importante em escolhas sobre gravadoras, sobre mercado. É legal ter alguém que te avise quando você é abordada por um crápula: “Esse cara é um crápula”. (ri)

ZH – Vocês dois são compositores. Vocês já compuseram juntos?

Mallu – Não escrevemos juntos, cada um tem seu processo. Ele compõe bem devagar, fica horas e horas num acorde, numa palavra. Eu, às vezes, empaco também. Mas, na hora, vem a inspiração, e eu meio que cuspo a música. São coisas muito pessoais.

ZH – Quando você termina uma música, para quem vai mostrá-la?

Mallu – Eu mostro para todo mundo. Meu pai, Marcelo, minha mãe... São as pessoas próximas, quero que elas gostem. Uma vez, fiz um sambinha e mostrei para o meu pai. Ele disse (imita uma voz masculina, bem-humorada): “Gosto mais das rapidinhas”. Aí desisti da música, claro.

ZH – Você já tem músicas novas para um próximo disco?

Mallu – Eu produzo pra caramba, o tempo todo. Já tenho um começo, algumas músicas. Mas sou tão mutante que não sei mais nada.

luis.bissigo@zerohora.com.br

LUÍS BISSIGO

Mallu Magalhães lança o segundo CD aos 17 anos

Com a mesma voz e menos traços infanto-juvenis, Cantora e compositora, que estreia na Sony Music, explora mais as letras em português

Mariana Peixoto - EM Cultura
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João Wainer / Divulgação
Mallu Magalhães gostaria de fazer mais shows com o namorado, Marcelo Camelo, mas depende das agendas
O que você estava fazendo aos 13 anos? Dificilmente o mesmo que Mallu Magalhães. Como estudava o Tropicalismo na época, inspirada pela obra de Hélio Oiticica, compôs a canção O herói, o marginal. Ela mesma conta, essa é uma das poucas músicas antigas de seu autointitulado segundo álbum. E “antigo”, para a cantora e compositora, tem outra conotação. Pode ser algo de dois, três anos atrás.

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O tempo parece realmente correr diferentemente para Mallu. Há um ano e meio, era um nome em ascensão na famigerada geração Myspace. Já no início deste ano, depois de superexposição, virou piada na internet graças a respostas tatibitate na televisão.

E o que Mallu tem a dizer? “Aprendi que eu sou eu”, afirma hoje, aos 17 anos (sim, até Mallu Magalhães “envelhece”). A segurança adquirida pelo turbilhão do último ano e meio está explícita em seu segundo álbum. Ainda é a mesma voz, que ora ronronra, ora suspira. Mas os traços infanto-juvenis se amenizaram e o mais importante: há uma diversidade maior de gêneros e ela explora melhor as letras em português (das 13 canções, sete são na língua natal e seis em inglês). Deixou de ser apenas fofinha para mostrar que tem estofo para navegar por outras praias.

A produção é de Kassin, quase uma unanimidade na música contemporânea brasileira (assinou trabalhos de Caetano Veloso e Los Hermanos, por exemplo, influências explícitas de Mallu). A banda é a mesma que a acompanha desde os tempos de Myspace, porém as gravações contaram com alguns acréscimos: o baterista Maurício Takara, que hoje acompanha Marcelo Camelo, gravou em cinco faixas; Felipe Pinaud, da Orquestra Imperial, assinou os arranjos de cordas de outras três; e uma banda nova, Jennifer Lo-Fi, de amigos da própria Mallu, produziu com ela a última faixa, a supracitada O herói, o marginal.

Mallu Magalhães, o disco, também marca a estreia da cantora na Sony Music. Para um nome nascido na internet e que lançou do primeiro álbum em parceria com uma operadora de telefonia móvel, é uma mudança e tanto. “Na verdade, fiz um esquema um pouco diferente. Primeiro gravei o CD e depois negociei com eles. Eles ficam com a cobertura de rádio e a distribuição, o que é muito melhor, pois preciso de uma instituição do tamanho da Sony.”

Sobre a diversidade – Shine yellow é um reggae ensolarado; É você que tem, uma valsa; Bee on the grass é pura psicodelia – Mallu diz que se deve a novas descobertas. “Estou ouvindo muito Chico, Nara Leão, Caymmi e Noel Rosa, que não conhecia, além da turma do Tom Jobim.” Dylan, Cash e Beatles, as referências primeiras, continuam sendo a base da sonoridade da garota, que, mesmo com a abertura, não abandonou o folk (Nem fé nem santo e Make it easy são dessa safra).

As letras em português, de acordo com ela, hoje fluem mais facilmente. “Antes eu tinha um bloqueio, tive que me libertar. De alguma maneira, me sentia melhor cantando em inglês. Hoje, não.”

No último ano, Mallu também ganhou destaque em sites de fofoca graças ao namoro com Marcelo Camelo, que, pelo que se vê no disco, vem muito bem, obrigado. Camelo aparece no álbum de maneira discreta, fazendo alguns vocais e assobios. “Para fazer os coros, a gente chamou quem estava por perto, amigos e namorados.”

Não há como negar que uma canção do disco, Versinho de número um, é puro Los Hermanos. Há poucos meses o casal fez seu primeiro show, para uma festa da revista Rolling Stone. “Já que existe o show, vamos ver se há demanda. Vontade tenho, mas temos que ver as agendas”, conclui.

Namoro inspira 2º CD de Mallu Magalhães

O relacionamento com Marcelo Camelo fez bem a Mallu Magalhães. Namorada do cantor, a estrelinha pop lança o segundo disco com boa parte das canções inspiradas no romance.

No álbum, intitulado simplesmente Mallu Magalhães, ela apresenta 13 faixas, seis delas em inglês, em que procurou expor o momento pessoal com sinceridade.

"Acho que não conseguiria escrever algo que nunca senti", disse Mallu ao Destak, por telefone.

Aos 17 anos e autora de todas as músicas, ela torna explícito até nos títulos o recado que quer dar ao amado. "Te Acho Tão Bonito", "É Você Que Tem", "Soul Mate" e "You Ain't Gonna Loose Me" estão ali como mensagens de amor.

A pegada folk ganha contornos de música country, principalmente nessa última. Não foi proposital, garante Mallu. De qualquer forma, ficou bom. "My Home Is My Man", que abre o CD, é outro momento inspirado da moça.

O disco marca a transição da cantora do mercado indie para o mainstream. Ela assinou com a Sony, que tem no elenco duplas sertanejas como Zezé di Camargo & Luciano e Victor & Leo, e astros da axé music, como Chiclete com Banana e Ara Ketu. Mas é também a gravadora de Roberto Carlos e do próprio Marcelo Camelo.

"Crescer no mercado indie é trabalhoso. Já estava na hora de dar um segundo passo. Recebi outras propostas, mas eram projetos caretas, que não me davam liberdade", conclui. lSony. R$ 19 (médio).

A paulistana Mallu Magalhães, de 17 anos, que namora o cantor Marcelo Camelo, de 31
divulgação


(josé norberto flesch)