domingo, 17 de janeiro de 2010

A sinceridade de Mallu

Vejam só como às vezes criamos uma imagem errada das pessoas. Nesta semana conheci pessoalmente Mallu Magalhães, a menina que surgiu no cenário musical com apenas dezesseis anos e virou uma das maiores sensações dos últimos anos. Até então, minha relação com sua obra e postura artística era de desconfiança. Achava muito estranho uma adolescente conhecer tudo de Dylan, compor com clara habilidade em duas línguas e, no entanto, ser completamente desarticulada falando. Sua infantilidade quase caricata em entrevistas reforçava as piadas e comentários maldosos em qualquer roda de discussão.

Ainda assim, acompanhava com atenção a evolução musical de Mallu desde as grudentas Tchubaruba e J1, provavelmente os primeiros hits brasileiros surgidos na internet. Isso foi em 2006. De lá pra cá ela estreou em disco, fez muitos shows pelo Brasil e, de uma hora pra outra, precisou se tornar uma "profissional" da música.

No fim do ano passado veio o segundo álbum, chamado apenas de Mallu Magalhães, e na primeira audição eu dei o braço a torcer: a menina não só tem talento, como cresce artisticamente aos olhos de todos. Minha desconfiança já estava se desfazendo. Não há tchubarubas, mas sobram melodias marcantes e letras cada vez mais bonitas e sinceras. Mallu ainda é muito nova e está longe de ser inquestionável, mas a sinceridade de suas canções faz a diferença num cenário pop brasileiro repleto de artistas fakes, sejam eles cantoras de axé ou bandas do chamado emocore.

A entrevista que eu e o locutor Márcio Mio fizemos para o programa Estúdio Multishow FM reforçou essas virtudes, que não estão só na música, mas também nos olhos e no jeito de Mallu.

O programa deve ir ao ar nas próximas semanas. Enquanto isso, vai aqui um trechinho do que rolou...


Mallu Magalhães lança segundo álbum e canta no Festival de Verão

Doris Miranda | Redação CORREIO | Fotos: Divulgação


Quem olha Mallu Magalhães, 17 anos, entende logo que ela será aquele tipo de mulher para quem o tempo custa a passar. Vai envelhecer com rosto e jeito de menina. Mas, basta um dedinho de prosa para perceber que, apesar do rosto de boneca, o tempo passou para seu espírito e que a vida lhe fez muito bem nestes dois últimos anos. Mallu amadureceu a olhos vistos. E não só pela idade que avançou desde que se tornou fenômeno na internet com o hit Tchubaruba.


Mallu Magalhães se apresenta na Concha acústica do Festival de Verão


Ou pela música muito melhor conceituada que ela mostra agora no segundo disco, Mallu Magalhães (Sony), com produção cuidadosa de Kassin (Los Hermanos, Caetano Veloso, Vanessa da Mata). A música agora amplia o folk original e caminha na direção do rock, samba, valsa e até ska (Shineyellow, a primeira música do CD a ganhar um clipe), influências que foram surgindo aos poucos na vida da artista.

A referência principal é, sobretudo, a MPB, tão cara a seu namorado, o ex-Los Hermanos Marcelo Camelo, 32, que a acompanha nos vocais em três canções. O disco sai um ano depois do primeiro, com quase 100% de músicas recentes. “Componho muito. Sou muito emotiva, sabe? É natural compor porque pra mim, é muito natural sentir. Nas minhas letras estão exatamente o que sinto”, afirma a cantora, que se apresenta sexta-feira na Concha Acústica do Festival de Verão.

Não é só letra de música, não. Mallu é uma pessoa que escreve. Em tudo quanto é superfície e sobre diversos aspectos de sua personalidade. “Tenho muitos cadernos e agendas, onde escrevo poemas e textos pessoais. São minhas coisinhas mais reservadas, que a mídia não sabe”, conta.

Amadurecimento
Segundo Mallu Magalhães, a ligação com a palavra está nela desde que começou a se entender como gente. “Gosto da língua em essência, dos significados, do sentido das coisas. Gostodo uso da palavra, das combinações perfeitas”, explica a mais nova leitora de ClariceLispector (1920-1977).

Pois é, a menina cresceu, sobretudo, no jeito de lidar com o entorno.Deixou de lado a timidez excessiva, articulou melhor o pensamento e apurou o olhar para a vida. O resultado é o que se revela numa conversa fluida, sincera, como a que teve com o CORREIO, por telefone, num astral bem diferente da mudez reticente que costuma demonstrar nos programas de TV de grande audiência.

“Eles só querem respostas prontas, sem reflexão. Estou tentando mostrar que existe uma diferença. Me sinto privilegiada de poder falar, de ter o dom de colocar o que vai no meu coração pra fora”, justifica. É justamente o seu interior que dá força ao novo disco,em letras confessionais, como Make it easy, feita para mãe.

Escrita originalmente em inglês, como boa parte do trabalho, a letra diz: “Tem sido dias difíceis para a mamãe/ E dias difíceis para mim também/Eu sigo lutando pelo meu amor/ Como uma mulher/ E minha mãe chora”. A mãe, de fato, chorou quando escutou a música.

Fica claro aí que Mallu perdeu um pouco do medo que tinha de se mostrar em público. “Já comecei a descobrir o caminho pra defender minha vida pessoal. Encontrei minha defesa na minha família, que me aceita como eu sou; na minha relação com Marcelo, que me diz o tamanho do meu valor e da minha coragem”, explica.

O amor
Talvez por isso, seu relacionamento com Marcelo Camelo, escondido a sete chaves no início do namoro, tenha ficado tão transparente em Mallu Magalhães, o disco. As declarações de amor começam nos agradecimentos. Ela define o namorado como “aquele que faz meu coração bater”. Segue citando explicitamente o parceiro em cinco faixas: Soul mate, Te acho tão bonito, My home is my man, É você que tem e You ain't gonna loose me.


Mallu define o namorado como “aquele que faz meu coração bater”

A cantora diz que sempre foi fã de Camelo e que a influência musical é natural. Cada vez mais tranquila também é a maneira que Mallu fala do namorado, sem as tentativas desesperadas (e bandeirosas) de esconder o romance: “Relaxei com isso. Meu relacionamento com Marcelo não temnada a vercomnossa idade, temavercoma identificação de nossas almas”.

É, muito provavelmente, um pouco da personalidade dessa pequena grande mulher que os baianos vão conferir no show no FestivaldeVerão, onde Mallu fará um apanhado dos dois discos de carreira e algumas coisas costumeiras de Bob Dylan e Johnny Cash.

Confira vídeos de Mallu Magalhães







(Notícia publicada na edição impressa de 17/01/2010 do CORREIO)
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domingo, 10 de janeiro de 2010

Mallu Magalhães no Radar Cultura nesta terça-feira, 12.

Por Alceu Maynard

Nesta terça-feira, dia 12, a cantora, compositora e multi-instrumentista Mallu Magalhães é a convidada do programa. Agora com 17 anos, 10 centímetros mais alta e com alguns milhões a mais de acessos em sua página na internet , Mallu esbanja desenvoltura vocal e criatividade em seu novo álbum. Dessa vez sob a batuta do renomado produtor Kassin, as faixas passeiam pelos mais variados estilos, do blues (“Nem fé nem santo”) ao reggae (“Shine yellow”). A artista, que antes dizia ter vergonha de cantar em português, colocou no disco seis composições no idioma: “Caí assim, sem vontade/pela metade/eu vivo a esperar/meu coração ta manso/eu só descanso/ e espero passar”, trecho de Nem fé nem santo.

Mallú Magalhães tocará ao vivo no programa e os s ouvintes que participarem da entrevista pela sala de bate papo do site concorrerão a 3 cds da cantora.

RadarCultura, diariamente às 15h00, com Teca Lima.


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