segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um papinho com Mallu Magalhães

12/04/2010 - 08:30

Enviado por: Heloisa Tolipan
Mallu Magalhães, veio, viu e venceu. A garota que está cada dia mais mulher (e mais linda) não se intimidou com o Circo Voador, palco clássico da cidade, nem com a chuva que ainda insistia em cair no Rio e muito menos com a plateia ruidosa e repleta de fãs alucinados, na sexta-feira. Chegou com seu vestido de listras douradas e pretas, seus mil e uns instrumentos e sua musicalidade singela, quase música de fada. Tocou seus clássicos (sim, ela tem 17 anos, mas quem vai duvidar de que Tchubaruba é um clássico?), novas composições, Bob Dylan e até Samba e amor, no melhor estilo garota-bossa-nova. Foi lindo. Antes do show, ela conversou com a gente.

Como Mallu Magalhães enxerga o mundo aos 17 anos?
– Grande e azul.


Você deixou de ser uma garota quase-esquisita para se tornar uma linda e imensa mulher. Sua relação com o espelho mudou? Você gosta mais do que vê hoje em dia? Ou não se importa com esses padrões estéticos?
– Puxa, muito obrigada pelo “linda e imensa mulher”. Era tudo que queria ouvir... Sim, sim, por um longo período de minha vida, não fui muito feliz com quem eu era, via minhas diferenças como defeitos e minha feminilidade como fraqueza. Hoje, passei por muitos obstáculos, tempos bons e ruins em minha carreira, o que me fez mais confiante e tranquila. Além de tudo, hoje sou amada pela pessoa que amo e isso me faz completa. Agradeço a Deus por ter nascido assim.

No último show que te encontrei, em Salvador, você estava usando Gloria Coelho. Você gosta de moda? Ela influencia de alguma maneira?
– Sim, tenho um interesse enorme por moda. Sabe, eu estou em um processo muito difícil na carreira, que é a fase da concretização, quando eu, artista, adquiro a certeza de minha profissão e começo a luta. Sinto que a moda é o meu refúgio, quando costuro, desenho ou modelo, é como se não houvesse esse mundo tão difícil, cruel e duro do mercado musical, mas se abrisse uma nova era em meu coração, na qual eu posso ser e vestir o que sou, sem medo ou barreira.

O palco dá prazer? Às vezes, você dá a impressão de estar um pouco desconfortável ali... Ser o centro das atenções ainda incomoda?
– Sempre fui tímida e medrosa. Mas ando melhorando.... hehe... Eu tenho um amor imenso pelo palco, um fervor de mostrar minhas composições, meu canto, meu coração... mas tenho, também, insegurança. Ando tentando melhorar isso com saltos altos e batom vermelho. Me escondo no batom e me deixo conduzir pelos saltos altos.

Você cresceu frente aos holofotes. Foi julgada, às vezes até massacrada, principalmente quando assumiu o namoro com um homem mais velho (Marcelo Camelo). Faria algo diferente na sua trajetória, não digo artisticamente, falo do lidar com a mídia, mesmo...
– Ah, é difícil saber, né? Algumas vezes penso que eu poderia ter procurado uma espécie de tutor, ou professor, que me ensinasse a falar e me portar em público, em frente às câmeras e tal... mas acho lindo o jeito com que aprendi só e corajosa com meus próprios erros.

E tocar no Circo?
– Sou tremendamente apaixonada pela Cidade Maravilhosa. Quando piso no Rio já sinto que canto melhor, acredita? Desta vez, não tivemos participações. Porém, o palco estava cheio, com meus meninos e o trio de metais. A plateia do Circo foi uma das melhores que já tive na vida.


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