sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Marcelo Camelo e Mallu Magalhães andam de ônibus, no Rio


Mesmo famosos, eles não se importaram com os olhares enquanto usavam o transporte público.

Mallu Camelo (Foto: AgNews)Mallu Magalhães e Marcelo Camelo pegam ônibus, no Rio (Foto: AgNews)
Gente como a gente, Marcelo Camelo e Mallu Magalhães foram flagrados pegando um ônibus coletivo, sem importarem com os olhares curiosos das pessoas ao verem dois cantores famosos dentro do veículo, na tarde desta quinta-feira, 3, no Rio de Janeiro.
Enquanto esperavam o transporte, o casal protagonizou cenas de muito carinho sentados na calçada.
Marcelo Camelo e Mallu Magalhães (Foto: André Freitas / AgNews)Os dois não se importaram com os olhares curiosos (Foto: André Freitas / AgNews)
Marcelo Camelo e Mallu Magalhães (Foto: André Freitas / AgNews)Sentados na calçada, eles trocaram beijos e carinhos (Foto: André Freitas / AgNews)

Fonte: EGO

Mallu Magalhães: 'Vivo para a música'


Mallu Magalhães: 'Vivo para a música'Foto: Marcelo Camelo

Raisa Ramos


"Pode falar que eu não ligo, agora, amigo, eu tô em outra", anuncia os primeiros versos da faixa de abertura de Pitanga, mais novo disco da cantora Mallu Magalhães. A música, intitulada "Velha e Louca", funciona como um hino para a artista, que mostra ao público que cresceu, amadureceu e se aceitou como é. O álbum inteiro é uma prova disso: complexo, cheio de detalhes sonoros e letras adultas. Parabéns para a garota de 19 anos que conseguiu desenvolver um trabalho tão bonito, deixando sem argumentos as pessoas que antes a achava sem talento, apenas um produto da internet. Ela é muito mais do que isso. Tranquila, gosta de ficar em casa bordando, pintando e cuidando de seus filhos: as plantas e os gatos que tem no jardim.


Morando já há algum tempo com o namorado-marido Marcelo Camelo, Mallu não se importa com os comentário a respeito de seu relacionamento. Para ela, ambos se dão muito bem, se respeitam e isso basta. Sobre as influências do companheiro em seu trabalho, a paulistana não nega as evidências: "Dá vontade de colocar nos créditos: 'Marcelo e Mallu: Não se sabe o quê'". Não é à toa que o ex-Los Hermanos foi chamado para produzir o disco, que acabou muito parecido com seus trabalhos pessoais. Camelo também fez as fotos de divulgação do Pitanga e contribuiu nas composições das músicas. Para o casal, tudo foi feito de forma muito natural. Tão natural que a pergunta "Por que o Marcelo como produtor?" nem faz sentido para a musicista, como gosta de ser definida.


Pitanga é o primeiro trabalho da Mallu maior de idade. Tem nome da fruta vermelha doce e azeda que colore a rua Simão Alves, localizada no bairro paulistano Pinheiros, onde fica o estúdio El Rocha, que por 55 dias abrigou o disco em fase de criação. A ficha técnica também denuncia a participação de alguns nomes importantes na cena musical, como o produtor Kassin, que colocou guitarras rasgadas na baladinha "Por que você faz assim comigo?", e o nova-iorquino Copan, que assina a co-produção do álbum, substituindo Camelo quando ele estava em viagem. Tanto investimento teve ótimos frutos. E de azeda essa pitanga não tem nada. É doce, assim como Mallu.


Você começou a cantar espontaneamente. Depois do sucesso, chegou a estudar canto ou algum instrumento?
Gosto muito de experimentar novos instrumentos. No Pitanga eu até me arrisquei na bateria, mas no final das contas me atenho mais aos instrumentos mais familiares, os que eu uso mais pra compor, que são o violão, ukelele e piano.


Em uma entrevista recente, o Marcelo Camelo disse que você não quer mais cantar músicas antigas. É verdade? Por quê?
Não é questão de não cantar músicas antigas nunca mais... É que quando criamos um trabalho novo e que colocamos bastante tempo e atenção para realizá-lo, queremos fazer um show focado nele.


Você começou a cantar com 14 anos e hoje tem 19. Essa é uma fase de muitas mudanças de personalidade, de gostos etc. Como você enxerga o seu amadurecimento? O que mais mudou em você, na sua opinião?
Eu cresci, basicamente. E me conheci melhor, em muitos sentidos, tanto como artista, como pessoa, irmã, filha, mulher. Antes eu era muito novinha, ainda tinha que ir pra escola, nem chegava a pensar tanto nessa carreira como uma profissão mesmo, algo pra viver fazendo. Percebi isso quando me conformei que não precisava de uma faculdade pra ter uma profissão, que eu já estava encaminhada no que eu já gostaria de fazer.


E na sua música? Qual a maior mudança?
A música é uma parte de mim. Antes eu não tinha percebido isso. Acho que essa é a maior mudança: vivo dela, pra ela, por ela. E isso me deixa mais próxima aos menores detalhes possíveis, fez com que eu mergulhasse profundamente no fazer, compor, cantar, pensar nas pequenas coisas que formam meu trabalho.


Você está morando com o Marcelo. Sente-se casada? Refere-se a ele como namorado ou marido? E como está essa nova fase de sua vida?
Morar junto com alguém é casar, mesmo que não seja no papel ou na igreja. Nem penso muito nisso de como me refiro a ele, normalmente isso é mais uma indagação que os outros têm. Para mim, tanto faz. E adoro a vida que levamos, aprendo muita coisa com ele como pessoa, músico, homem.


O que você anda escutando ultimamente?
Ella Fitzgerald, Luiz Bonfá, Billie Holliday... Bastante jazz.


Muitas pessoas criticam sua carreira, afirmando que você pegou carona no trabalho do Marcelo, que não tem uma característica própria. Gostaria de saber como você se sente em relação a isso e como costuma lidar com críticas desse tipo.
Aprendi que, com o tempo, as coisas vão ficando mais fáceis de lidar. Sempre vão existir pessoas que serão cruéis, que vão falar coisas más e vão tentar me machucar. Mas já caí e levantei muitas vezes, então a gente se caleja. E no fim das contas, nem liga mais.


O que você faz no dia a dia?
Gosto de pintar, bordar, compor, cuidar das minhas plantinhas, gatos...


E a agenda de shows? Já tem muitas apresentações marcadas?
O Show de lançamento é no Studio RJ, dia 18/11. Ainda estamos ensaiando para passar o Pitanga da melhor maneira possível pro formato de show. Quero ter uma banda compacta para poder sair por aí tocando, então estamos arranjando e arrumando as músicas para caber nesse formato.


Tem algum show memorável? Ou um acontecimento na sua carreira que realmente é inesquecível para você?
A jornada em si tem sido isso pra mim. Gosto de olhar pra trás e ver como as coisas mudaram, como eu mudei, como minha música evoluiu... Cada show representa um momento especial, um dia diferente na minha vida. Em uns eu estava mais feliz, outros menos, mas isso não diminui ou aumenta a importância de nenhum. Aprendi a valorizar todos os passos que dou para conquistar as coisas que quero já consegui e as que eu ainda quero alcançar.


A primeira e última vez que você veio a Goiânia foi um sucesso, mas faz tempo. Está nos planos incluir a cidade na turnê?
Claro! Adoro Goiânia! Estamos planejando uma turnê que passe por muitos e muitos lugares, então a cidade com certeza não ficará de fora.


Fonte

'Eu queria ter amigos, como todos, mas não conseguia', diz Mallu Magalhães


Cantora acaba de lançar seu novo disco, 'Pitanga', que tem produção do namorado Marcelo Camelo


Pedro Antunes - Jornal da Tarde

Antes da entrevista, a cantora Mallu Magalhães, de 19 anos, faz um pedido especial: “Eu posso sentar ali perto do sol?”. Ela acaba de lançar seu terceiro álbum, Pitanga (R$24,90, Sony Music), produzido por Marcelo Camelo, seu namorado e com quem divide dois apartamentos em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Acho um desperdício o ser humano ver o sol e ficar longe”, justifica. Mallu passa por um novo momento na vida, profissional e pessoal.
Mallu amadurece em 'Pitanga' - Marcio Fernandes/ AE
Marcio Fernandes/ AE
Mallu amadurece em 'Pitanga'
Aprendeu a gostar de si, do jeito que é. Velha e Louca, como na canção que abre o disco? “Quando eu me assumi pra mim como louca, percebi que não existe outra possibilidade”, diz ela, sorridente, sentada numa cadeira e recebendo raios solares. Hoje, ela pinta e borda - literalmente - e não se incomoda com o que os outros dizem. Mas nem sempre foi assim.
O disco começa com Velha e Louca. É como você se vê? 
Todas as músicas são sobre mim. Sempre tive esse jeito muito sincero e íntimo de compor. Neste disco, além de assumir isso, eu fiz um trabalho com o Marcelo (Camelo) para desenvolver mais esse jeito.
Mas, calma, como assim velha? Você tem 19 anos... 
Tenho hábitos e gostos de uma senhorinha. Gosto mesmo é de ficar bordando, acordar umas 5h30 e ver Globo Rural, tomar um café da manhã longo, bebendo chá (risos). Não gosto muito de festa. Prefiro ficar em casa.
É mais velha do que louca? 
Não, tenho muito mais de louca. Quando eu me assumi louca, percebi que não existe outra possibilidade. Não existe pessoa normal. A vida ficou mais agradável. Desisti de procurar qualquer normalidade, qualquer fórmula. Eu tenho uma mentalidade e um universo muito próprio, muito pessoal.
Falando em autonomia, há um verso nessa mesma primeira música que diz: “Agora eu sou dona do meu próprio nariz”. É isso? 
Nos outros, tinha alguém ‘narigando’ por mim (risos). Ainda bem. Eu era muito dirigida, mas acho ótimo. Teria ficado louca de verdade. Era muito novinha, criança.
Eram duas vidas, não é? 
Isso era muito louco para a minha cabeça. Eu deveria ter feito muita análise e não fiz. Hoje, eu tomei a decisão de ser compositora, musicista. Vou arcar com isso. Eu quero ser eu, né? Esse é meu estado de espírito atual: forte, bem resolvida, não devo nada a ninguém.
E como foram os tempos de colégio? Você já era conhecida. 
Essa foi a minha maior dificuldade. Já tinha uma dificuldade social antes de trabalhar e, quando isso aconteceu, foi tudo por água abaixo. Mudava de escola, mais ou menos, a cada dois ou três meses. Não me encontrava. Eu chegava na escola e já era alguém pra essas pessoas. Alguém que eu não era, sabe? Hoje em dia, eu lido bem com isso. Tenho o meu círculo social completo, tenho paz no meu relacionamento e não dependo da opinião dos outros. Mas eu era vulnerável. Queria ter amigos, como todos, mas não conseguia.
E era boa aluna? 
Estudava demais. Quando comecei a trabalhar, a cobrança continuou existindo. Era escolher: ou eu estudava ou compunha. Escolhi estudar. Isso gerou um atrito muito grande entre eu e meu pai, eu e mim mesma, eu e a escola. Era sempre muito turbulento.

E como foi o convite para o Marcelo Camelo produzir o disco? 
Não me lembro do momento. Acho que as coisas começaram acontecer, durante a própria composição. Eu e o Marcelo dividimos músicas. Passamos o dia em casa fazendo isso, né? Foi natural.
Ele participou tanto do Pitanga. Por que você não participou do Toque Dela
Não sei... (silêncio). A participação está um ou dois passos antes.
Ele é alvo de adoração. É difícil conseguir sair na rua? 
É divertidíssimo! Ele é abordado na maioria das vezes. Eu, só às vezes. Disfarço: tiro a franja, coloco uma faixa na cabeça, tiro o salto. Eu choro de dar risada. Alguém me para na rua e diz: “Você é a cara da Mallu Magalhães! Mas ela era mais baixinha, mais gordinha” (risos). Cara, quem não gosta de carinho, né? Acho bom.
Mas vocês saem muito? 
Somos basicamente caseiros, não somos de sair. Vamos ao cinema, em alguns shows, mas é bem raro.
Você lembra como foi esse primeiro encontro com ele? 
A primeira vez que eu o vi, eu me apaixonei. Mas não falei nada.
No encarte do disco, você agradece a coisas como “os raios do sol, as pessoas da rua, a dona Helena do restaurante por quilo”...
Aliás, preciso dar um CD pra ela.
Mas como isso inspira você? 
Essas coisas cotidianas? Não sei, levo minha vida pelo momento. Não que eu viva loucamente, sem medos. Mas são coisas essenciais para minha formação como pessoa e para o disco. Os raios de sol, pra mim, são fundamentais. A Dona Helena trazia um bife a mais e dizia: “Come, filha, você é muito magrinha”.
Você cita suas plantinhas... 
Sou apegadíssima a elas. Gosto muito dessas pequenas coisinhas que, pra mim, são gigantes. A pessoa se deixa obstruir pelos conceitos, conteúdos, parâmetros e alegrias alheias, e se fecha num ciclo de infelicidade e não sabe sair. O caminho tá ali, cara!
Você fez sucesso desde cedo. Você acha que foi prematuro? 
Honestamente, não consigo ter esse julgamento da vida, de que uma coisa deveria ter sido antes ou depois, do fundo do meu coração. O ser humano é muito pequenininho e o tempo é tão grande.
Você nunca cogitou fazer outra coisa da sua vida? 
Eu falava para mim que tinha de ter uma profissão. “O que eu ia fazer? Ficar tocando?” Cheguei a levantar os documentos para fazer matrícula na faculdade, mas voltar para aquele frenesi? Eu não!
E você queria fazer o quê? 
Pensava em design de moda, artes plásticas ou letras.

Hoje, você está diferente. Ficou mais vaidosa com o tempo? 

Eu criei um carinho por mim. Identifiquei em mim a possibilidade de me expressar, me desenvolver até atribuir em mim coisas que eu sinto falta. Eu identifiquei isso nas maquiagens, nas roupas.
As pessoas acabaram acompanhando todo o seu crescimento, querem saber da sua vida. Como você lidou com isso? 
Já me incomodou, e não me incomoda mais. O mais curioso é que tudo isso veio ao mesmo tempo: a decisão de tocar, o Pitanga, o meu relacionamento com o Marcelo. Decidi que não tinha nada a esconder. Por que vou ter receio do que as pessoas vão pensar? Dane-se!
A repercussão da sua declaração de que você tinha medo de tomar banho sozinha não incomodou? 
Acho que é mais angustiante para a pessoa que leu. Porque eu li e falei: “É, pode crer, eu não gosto de tomar banho sozinha”.
Hoje, você lida bem com isso. Mas e quando você e o Marcelo começaram a namorar? 
Antes os comentários eram mais frequentes. Mas a gente tinha tanta firmeza e uma paz grande de como a gente estava. De nós dois, sabemos nós dois.
Com essa firmeza toda, você já pensa em ter filhos? 
Eu penso muito. Mas vai demorar alguns anos. Eu preciso me estabilizar emocionalmente, mentalmente, financeiramente. Falta isso para eu me sentir apta a ter e criar uma criança, mas eu vou chegar lá (risos)!
Estadão
Fonte: Comunidade Oficial