terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mallu Magalhães lança segundo álbum e canta no Festival de Verão

Reportagem do jornal baiano Correio:

Quem olha Mallu Magalhães, 17 anos, entende logo que ela será aquele tipo de mulher para quem o tempo custa a passar. Vai envelhecer com rosto e jeito de menina. Mas, basta um dedinho de prosa para perceber que, apesar do rosto de boneca, o tempo passou para seu espírito e que a vida lhe fez muito bem nestes dois últimos anos. Mallu amadureceu a olhos vistos. E não só pela idade que avançou desde que se tornou fenômeno na internet com o hit Tchubaruba.


Mallu Magalhães se apresenta na Concha acústica do Festival de Verão


Ou pela música muito melhor conceituada que ela mostra agora no segundo disco, Mallu Magalhães (Sony), com produção cuidadosa de Kassin (Los Hermanos, Caetano Veloso, Vanessa da Mata). A música agora amplia o folk original e caminha na direção do rock, samba, valsa e até ska (Shineyellow, a primeira música do CD a ganhar um clipe), influências que foram surgindo aos poucos na vida da artista.

A referência principal é, sobretudo, a MPB, tão cara a seu namorado, o ex-Los Hermanos Marcelo Camelo, 32, que a acompanha nos vocais em três canções. O disco sai um ano depois do primeiro, com quase 100% de músicas recentes. “Componho muito. Sou muito emotiva, sabe? É natural compor porque pra mim, é muito natural sentir. Nas minhas letras estão exatamente o que sinto”, afirma a cantora, que se apresenta sexta-feira na Concha Acústica do Festival de Verão.

Não é só letra de música, não. Mallu é uma pessoa que escreve. Em tudo quanto é superfície e sobre diversos aspectos de sua personalidade. “Tenho muitos cadernos e agendas, onde escrevo poemas e textos pessoais. São minhas coisinhas mais reservadas, que a mídia não sabe”, conta.

Amadurecimento
Segundo Mallu Magalhães, a ligação com a palavra está nela desde que começou a se entender como gente. “Gosto da língua em essência, dos significados, do sentido das coisas. Gostodo uso da palavra, das combinações perfeitas”, explica a mais nova leitora de ClariceLispector (1920-1977).

Pois é, a menina cresceu, sobretudo, no jeito de lidar com o entorno.Deixou de lado a timidez excessiva, articulou melhor o pensamento e apurou o olhar para a vida. O resultado é o que se revela numa conversa fluida, sincera, como a que teve com o CORREIO, por telefone, num astral bem diferente da mudez reticente que costuma demonstrar nos programas de TV de grande audiência.

“Eles só querem respostas prontas, sem reflexão. Estou tentando mostrar que existe uma diferença. Me sinto privilegiada de poder falar, de ter o dom de colocar o que vai no meu coração pra fora”, justifica. É justamente o seu interior que dá força ao novo disco,em letras confessionais, como Make it easy, feita para mãe.

Escrita originalmente em inglês, como boa parte do trabalho, a letra diz: “Tem sido dias difíceis para a mamãe/ E dias difíceis para mim também/Eu sigo lutando pelo meu amor/ Como uma mulher/ E minha mãe chora”. A mãe, de fato, chorou quando escutou a música.

Fica claro aí que Mallu perdeu um pouco do medo que tinha de se mostrar em público. “Já comecei a descobrir o caminho pra defender minha vida pessoal. Encontrei minha defesa na minha família, que me aceita como eu sou; na minha relação com Marcelo, que me diz o tamanho do meu valor e da minha coragem”, explica.

O amor
Talvez por isso, seu relacionamento com Marcelo Camelo, escondido a sete chaves no início do namoro, tenha ficado tão transparente em Mallu Magalhães, o disco. As declarações de amor começam nos agradecimentos. Ela define o namorado como “aquele que faz meu coração bater”. Segue citando explicitamente o parceiro em cinco faixas: Soul mate, Te acho tão bonito, My home is my man, É você que tem e You ain't gonna loose me.


Mallu define o namorado como “aquele que faz meu coração bater”

A cantora diz que sempre foi fã de Camelo e que a influência musical é natural. Cada vez mais tranquila também é a maneira que Mallu fala do namorado, sem as tentativas desesperadas (e bandeirosas) de esconder o romance: “Relaxei com isso. Meu relacionamento com Marcelo não temnada a vercomnossa idade, temavercoma identificação de nossas almas”.

É, muito provavelmente, um pouco da personalidade dessa pequena grande mulher que os baianos vão conferir no show no FestivaldeVerão, onde Mallu fará um apanhado dos dois discos de carreira e algumas coisas costumeiras de Bob Dylan e Johnny Cash.

Doris Miranda

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