quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Esfrie a Cuca: Mallu Magalhães chega mais madura ao 2º CD

Paulistana de 17 anos, ex-fenômeno da internet, fala sobre novo trabalho


Por Marcos Paulino, do EPTV.com, 16/12/2009 - 09:58


Mallu Magalhães não gosta de planos. "Vou levando a vida", diz. É assim, meio despretensiosamente, que a paulistana, de apenas 17 anos, chega ao seu segundo disco. A exemplo do CD de estreia, antecedido por uma enorme repercussão de suas músicas na internet, este também tem como título apenas o nome da garota, cuja história já é bem conhecida: tinha 15 anos quando lançou quatro canções na internet, entre elas "Tchubaruba", que fizeram enorme sucesso, até que ela foi contratada por uma grande gravadora etc. e tal.

Hoje, após expandir seu trabalho para além da internet, Mallu parece mais madura. Principalmente se comparada à maioria das meninas de sua idade. Essa nova fase está refletida nas 13 faixas do novo disco, sete em português e seis em inglês. A produção ficou por conta de Kassin (leia-se Caetano Veloso, Los Hermanos, Vanessa da Mata...). Marcelo Camelo e a banda paulistana Jennifer Lo-Fi também fazem suas participações no álbum, que deve cair no gosto dos fãs.

Sobre ele, Mallu deu a entrevista a seguir.

Por que seu segundo disco, como o primeiro, chama-se apenas "Mallu Magalhães"?
Porque não tenho capacidade de inventar um nome (Risos). Não consegui mesmo achar um nome. Pensei em colocar "Mallu Volume 2", como o Chico (Buarque) fazia, mas aí teria que ser "Maria Luíza Magalhães Volume 2" (Risos).

Depois de um ano do lançamento do CD de estreia, você evidentemente amadureceu. Isso se reflete neste novo trabalho?
Aconteceu muita coisa neste ano. A gente vai vivendo e quanta coisa não aprende, não passa, né? A gente melhora ou piora, são novas experiências, aflições, angústias, preocupações. É uma nova leva de valores que tem reflexo no disco. Tem também as influências. Pesquisei muito sobre o Chico Buarque, Nara Leão, por quem fiquei apaixonadíssima. Também amo Vinícius (de Moraes), Tom (Jobim). Tudo isso forma uma mistura, e fica um pouco diferente, mas continuo a mesma.

Como foi ter o Kassin na produção do disco?
Sempre fui muito fã do Kassin. Vi nele a possibilidade de alguém para cuidar dos dois lados do CD, um das faixas em português e outro das músicas mais voltadas ao folk, ao rock. Nos demos muito bem, foi muito legal.

Quando você lançou o primeiro CD, disse que as letras surgiam para você em português ou inglês naturalmente. Continua assim?
Continua, o processo é o mesmo. Teve uma canção que comecei a escrever em inglês, aí meu pai me disse para fazer em português. Relutei, mas ele insistiu e eu fiz. Ficou bom.

O disco tem várias participações especiais. Como você escolheu quem participaria?
A Jennifer Lo-Fi é uma banda muito promissora de rock progressivo e, quando conheci o trabalho deles, fiquei imaginando como poderiam interpretar uma música antiga minha, "O Herói, o Marginal", para a qual eu vinha procurando um jeito de tocar. Então os chamei, eles produziram a canção e gravamos. Tive outras participações de amigos que estavam por perto, que fizeram coro e outras coisas.

Você surgiu como um fenômeno da internet, mas acabou ganhando espaço também em outras mídias. Com isso, seu público mudou?
Sim. Fico feliz quando vejo, nos meus shows, todas as idades possíveis, desde pai com bebê e a criança que quis ir até jovens e adultos. É legal estar aberto a todas as mídias. Não é todo mundo que acessa a internet com frequência.

Você tem uma vida muito diferente da de outras garotas da sua idade?
Talvez sim. No trabalho, a gente convive com pessoas mais velhas, tem que ter profissionalismo, lidar com questões financeiras, legislação, pagamento de impostos. Você acaba conhecendo o mundo, cai na vida. Sinto bastante diferença nos valores, não frequento boate, não gosto de sair à noite, nem de bebida e cigarro. Mas São Paulo é tão grande, que encontro pessoas da minha idade com jeito de pensar semelhante.

Apesar de estar lançando um disco novo agora, você já pensa em projetos para o futuro?
Nunca fui muito de fazer planos. Não sei me programar, nem que dia é hoje, em que mês a gente está, o que aconteceu ou o que vai acontecer. Vou levando a vida. Tenho que me colocar umas regras para pelo menos programar a próxima semana. Tenho sonhos e venho tentando encaixá-los nos próximos anos. Tenho muita vontade de fazer projetos em outras áreas de expressão, como moda, artes plásticas. Sou bem curiosa, estou sempre pesquisando tudo. Na minha carreira, vou encontrar oportunidades para expressar todos os meus lados.

Como será a turnê do CD novo?
Estamos começando a receber os contratantes e temos tido bastante procura. Estamos marcando alguns shows, mas a turnê começa mesmo no ano que vem. Mas continuamos fazendo festivais, como o de Verão em Salvador, em Floripa. Quando virar o ano, começamos a colocar em prática a agenda de casas de shows e teatros.


Fonte: EPTV.com

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